quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

SEM RABO PRESO



                    
 Como a Globo passou o filme ontem, resolvi republicar.

                    Meu sobrenome é Vargas, quase um sinônimo de política portanto.
              Eu, todavia, não pratico, tampouco tenho paciência para fazer política partidária, mesmo reconhecendo a importância dos políticos e seus atos em todos os setores da nossa vida.
                Minha avó sempre dizia que fora a política que matara (do coração) meu avô, quando ele era prefeito de Alegrete. Eu me tornei um ser pensante durante a ditadura militar.  Dois álibis para minha postura apolítica.
                Adoro cinema.  Gosto muito de antropologia. Admiro o trabalho de atriz de Glória Pires. Razões suficientes para ver o filme da biografia do atual Presidente do Brasil -"Lula- o filho do Brasil", de Fábio Barreto. Não consegui companhia para vê-lo no cinema, então peguei na locadora e assisti. Aliás, parece que no cinema o filme não obteve a audiência esperada, já na locadora não pára na prateleira. Por que será?
                Embora já tivesse lido muitas coisas sobre a vida de Lula, algumas passagens ainda conseguiram me surpreender. Meu interesse era maior em relação à sua vida de retirante nordestino; quando começaram os discursos e as reuniões do sindicato dos metalúrgicos achei chato. Não gosto de discursos, nem em formatura.
                 A ligação de Lula com a mãe foi o ponto alto do filme para mim. Ele chegou a dedicar a ela (in memoriam) sua vitória na quarta eleição que participou e que finalmente venceu. Uma relação de respeito e carinho eternos, coisa cada vez mais rara em nossa sociedade.
                  A inteligência e liderança de Lula ficaram evidenciadas desde a meninice. De outra forma, como chegaria a Presidente da República alguém que apanhava para não ir  à escola?   A falta dos  "esses" no final das palavras no plural são um massacre para os meus ouvidos de professora de Português, só que a língua presa é um defeito congênito, mas a falta de concordância se deve à falta de escola e ambiente familiar adequado.
                  O filme não me causou nenhum impacto artístico ou humano maior, porque é a vida de um retirante nordestino e seus percalços, coisa que a literatura já mostrou bastante. Imagino que a vida de Lula pós-presidência seria bem mais interessante.
                  Glória Pires estava perfeita no papel. Os atores que representaram o Lula também.
                  O fato é que aquele brasileirinho que viajou treze dias e treze noites num pau-de-arara, que perdeu mulher e filho por não ter dinheiro para uma hospitalização e um parto decentes chegou a presidente de um país, o que, em última instância, prova que nosso Brasil tem mobilidade social, diferente de outros países onde ninguém foge à sua casta de origem.
                   Mais não comento sobre o filme porque não tenho interesse na parte política ou sindicalista.
                   E cada um que fique com suas convicções, afinal, vivemos num regime democrático!



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