domingo, 25 de abril de 2010

SEM RABO PRESO

              Meu sobrenome é Vargas, quase um sinônimo de política portanto.
              Eu , todavia, não pratico, tampouco tenho paciência para fazer política partidária, mesmo reconhecendo a importância dos políticos e seus atos em todos os setores da nossa vida.
                MInha avó sempre disse que foi a política que matou (do coração) meu avô, quando ele era prefeito de Alegrete.
                Eu me tornei um ser pensante durante a ditadura militar.
                Dois álibis para minha postura apolítica.
                Adoro cinema.
               Gosto muito de antropologia.
                Admiro o trabalho de atriz de Glória Pires.
                Assisti o filme "Lula- o filho do Brasil", de Fábio Barreto. Não consegui companhia para vê-lo no cinema, então peguei na locadora e assisti. Aliás, parece que no cinema o filme não obteve a audiência esperada, já na locadora não pára na prateleira. Por que será?
                Embora já tivesse lido muitas coisas sobre a biografia de Lula, algumas passagens ainda conseguiram me surpreender. Meu interesse era maior em relação à sua vida de retirante nordestino; quando começaram os discursos e as reuniões do sindicato dos metalúrgicos achei chato. Não gosto de discursos, nem em formatura.
                 A ligação de Lula com a mãe foi o ponto alto do filme para mim. Ele chegou a dedicar a ela (in memoriam) sua vitória na quarta eleição que participou e que finalmente venceu. Uma relação de respeito e carinho eternos, coisa cada vez mais rara em nossa sociedade.
                  A inteligência e liderança de Lula ficaram evidenciadas desde a meninice. De outra forma, como chegaria a Presidente da República alguém que apanhava para NÃO IR  à escola?
                  A falta dos  "esses" no final das palavras no plural é um massacre para os meus ouvidos de professora de Português, só que a língua presa é um defeito congênito, mas a falta de concordância se deve à falta de escola e ambiente familiar adequado.
                  O filme não me causou nenhum impacto artístico ou humano maior, porque é a vida de um retirante nordestino e seus percalços, coisa que a literatura já mostrou bastante. Imagino que a vida de Lula pós-presidência seria bem mais interessante.
                  Glória Pires estava perfeita no papel. Os atores que fizeram o Lula também.
                  O fato é que aquele brasileirinho que viajou treze dias e treze noites num pau-de-arara, que perdeu mulher e filho por não ter dinheiro para uma hospitalização e um parto decentes chegou a presidente de um país, o que, em última instância, prova que nosso Brasil tem mobilidade social, diferente de outros países onde ninguém foge à sua casta de origem.
                   Mais não comento sobre o filme porque não tenho interesse na parte política ou sindicalista.
                   E cada um que fique com suas convicções, afinal, vivemos num regime democrático!

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