Quando programamos uma festa, investimos dinheiro e trabalho para sair tudo perfeito e a festa é cancelada, a frustração é imensa. E quantas festas foram canceladas nos últimos meses! Quanto prejuízo, quanta tristeza no lugar da alegria da comemoração!
Agora, imaginemos Tóquio em 2020! O esforço para mostrar ao mundo a excelência dos japoneses, os treinamentos, a estrutura, o investimento bilionário... tudo cancelado!
Com um prejuízo incalculável, em todos os aspectos, pela primeira vez os Jogos Olímpicos foram adiados. E os atletas, que tinham seu auge programado para aquela data, precisaram redirecionar seus treinamentos. Com um diferencial - desta vez precisariam treinar na sala de casa, nos açudes, improvisando pesos com sacos de comida, disputando espaço com as crianças e por aí afora. Sem falar no medo, na incerteza e até na perda de amigos e familiares para a Covid.
O mundo já tinha corrido atrás de ingressos para assistir as modalidades que cada um mais apreciava. Tudo foi devolvido.
Então chegou 2021. Com um começo de ano ainda pior que 2020, batendo recordes de casos e mortes no Brasil, para onde a vacina ainda não tinha chegado. Com testes diários e vacinas, assim que puderam eles reiniciaram os treinamentos. E se prepararam da melhor forma possível para representar o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, não mais 2020, agora 2021.
Os primeiros medalhistas brasileiros foram aqueles que fizeram do esporte seu lazer. Duas modalidades novas nos Jogos – surf e skate – com quase nenhum patrocínio, privilegiando quem se diverte praticando, sem a rigidez dos treinamentos de outras modalidades.
O Brasil não costuma se destacar no quadro de medalhas, porque quase nenhum governo investe no esporte, as escolas não incentivam os alunos e os poucos que se destacam o fazem com muito esforço, superação e poucas medalhas. Mesmo assim, o país foi o único da América do Sul a conseguir dezenove medalhas e ocupar a décima segunda posição no quadro de medalhas, graças ao talento e à garra dos brasileiros.
Uma Olimpíada do silêncio, com arenas majestosas completamente vazias, sem público nem torcida. O retrato cruel da pandemia que, inclusive, levou Tóquio a bater recordes de infectados pela Covid, talvez pelo afluxo de pessoas.
Contrariando a vontade de muitos, temerosos de uma explosão de casos entre as delegações e os moradores locais, Tóquio realizou enfim sua Olimpíada. E deu ao mundo muitas horas de lazer apesar da diferença cruel do fuso horário. Como prêmio, viu o Japão nos primeiros lugares em quase todas as modalidades. Só falta bater o recorde da vacina que parece bem atrasada por lá.
Olimpíadas 2021. Uma superação constante, como tem sido a vida de todos nós.
Que venha Paris em 2024 e que estejamos vivos e saudáveis para acompanhar um triunfo ainda maior dos atletas brasileiros!
Nenhum comentário:
Postar um comentário