domingo, 8 de agosto de 2021

CARTA AOS MEUS FILHOS NO DIA DOS PAIS

 

                     Ainda ontem vocês dormiam na minha cama, ficavam mal-humorados quando estavam com sono, me enchiam de beijos melados com as mãozinhas não tão limpas, esvaziavam a geladeira em tempo recorde, deixavam as tarefas para as aulas de segunda-feira de manhã para fazer domingo à noite, cansados da praia, brigavam pouco e aprontavam muito, depois escondiam as Playboys emprestadas debaixo do colchão, voltavam mortos de cansaço dos treinos de natação e comiam tudo o que viam pela frente, surfavam, jogavam futebol, andavam de skate, corriam de bicicleta, até que chegou o tempo dos namoros e as provas difíceis na formação profissional. Mãe professora, tinham que ser aprovados na Universidade pública. E foram. Aqueles três meninos que faziam meu mundo girar se transformaram em dois engenheiros e um médico.

                 Então, aos 50 anos, eu virei vó de um meninão chamado Lucas, pelo qual me derreti instantaneamente e viajava em todos os feriados (de ônibus) para poder abraçá-lo em São Paulo, onde o pai fazia especialização no INCOR.

                    Aos 55 me aposentei e logo nasceu a primeira menina nessa família de meninos. Cuidei dela até ela ir para a escola e ainda era eu que a levava e buscava, já que os pais trabalhavam o dia todo.

                 Mais cinco anos e chegou uma princesinha de olhos azuis, que também ficou comigo até completar 1 ano e depois sempre que as viroses da escolinha atacavam.

                 Quase de surpresa, veio a quarta princesa, antes do planejado, também uma bonequinha de olhos azuis, para brincar com a irmãzinha e serem grandes amigas. Embalei tanto na cadeira de balanço que ela pede até hoje para repetir.

                     Pois quando parecia que o capítulo netos estava quase encerrado chegou outra formosurinha, que foi logo adotada como filha pela irmã dez anos mais velha e encanta todo mundo pela esperteza e capricho na linguagem, conjugando verbos e plurais à perfeição desde os dois anos.

                Então, no ano crucial da pandemia, do outro lado do mundo, veio a nossa caçulinha nipo-brasileira! A vontade de mimá-la machuca a gente, vê-la crescer e se desenvolver por fotos e vídeos é bem frustrante, no entanto, sabemos que haveremos de compensar no momento em que a tivermos nos braços.

                  Agora, depois de listar os encantos que vocês, meus filhos, trouxeram para a minha vida, quero ousar alguns conselhos, de quem já viveu mais, leu muito, observou tudo e todos e tirou algumas conclusões.

                    Em primeiro lugar, tenham a certeza de que AMOR nunca é demais e manifestar isso diariamente aos seus filhos só pode fazer bem a eles.

                 Disciplina ajuda a vida e as crianças precisam de limites, até para se sentirem mais seguras. Muito diálogo, se possível sem gritos nem castigos físicos. Às vezes, uma proibição daquilo que eles mais gostam faz refletir melhor.

                     Muita paciência e compreensão com os adolescentes. É uma fase de transição difícil para eles, perdidos entre tantos hormônios novos e exercitando uma rebeldia e um enfrentamento novo. Muito cuidado com a internet e as redes pouco sociais! Jovens que têm confiança para desabafar com os pais dificilmente se deixam influenciar por estranhos. Sejam mediadores!

                Filhos adultos são sempre filhos e precisam dos pais por muito tempo ainda. Mesmo quando conquistam a emancipação econômica, continuam dependendo dos conselhos, do carinho e da segurança dos pais.

                   Claro que a gente sempre acha que tudo “no nosso tempo” era melhor. Mas este é o tempo dos filhos de vocês traçarem seus rumos e nada é igual de uma geração para outra. O cuidado com o planeta, a eliminação dos preconceitos, a moda das roupas, as músicas, tudo faz parte da geração deles e os pais devem tentar entender.

                    Procurem viver em harmonia em casa, já que no trabalho nem sempre depende de vocês. Um lar sereno e amoroso faz um bem enorme para a formação do caráter e da personalidade dos filhos.

                    E a Fé deve ser uma companheira constante na vida e no lar de vocês, porque é ela quem nos segura e nos carrega no colo quando nos sentimos fracos e indefesos.

                Todo mundo avisa para aproveitarem a juventude, porque passa rápido. E a infância dos filhos também. Então, curtam cada dia, não adiem sonhos, não deixem tudo para depois, porque às vezes o depois chega tarde demais.

                  Cuidem da saúde, tenham sempre as vacinas em dia (de todos), não desperdicem férias, façam uma poupança, porque as emergências não costumam avisar. Conforto e segurança sai caro!

                   Finamente, no Dia do Pais, quero dizer a vocês que tenho muito orgulho dos pais responsáveis e amorosos que vocês são e que desejo que o Pai do Céu sempre os proteja e oriente, para que saibam conduzir sua família pelo melhor caminho nessa estrada da vida.

               Amo muito vocês! E amo também esses seis anjos que vocês trouxeram para a minha vida!

                  Parabéns Papais!







 

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