A pandemia não acabou e não temos perspectivas concretas de nos livrarmos dela. Quando um país pensa que está vencendo a guerra, uma nova onda instaura outra batalha contra um vírus que se transmuta, desafiando médicos e cientistas e colocando em risco todas as conquistas realizadas.
Enquanto isso, pessoas seguem morrendo de Covid aos milhares e outras morrendo de fome.
Não pode ser “normal” viver longe das pessoas que a gente ama, ver tantas lojas e fábricas fechando, tanta gente desempregada e os hospitais superlotados de doentes graves que, se sobreviverem, terão que conviver com graves sequelas.
Está longe de ser normal o fato da gente viver como se não houvesse futuro, apenas presente e passado. De tantas crianças, adolescentes e jovens estarem longe dos bancos escolares, atrasando sua educação e perdendo o convívio com sua geração.
Todas as pessoas, de uma forma ou de outra, já perderam um ano de suas vidas e isso é irreversível. Não adianta tapar o sol com a peneira e dizer que está tudo bem, tudo normal, que a vida segue e outros blá-blá-blás, porque não está!
A humanidade vem tentando se reinventar, se motivar, criar esperança e expectativas, enquanto isso, o tempo vai passando...
Não fomos preparados ou prevenidos para essa catástrofe humanitária. Fomos pegos de surpresa e improvisamos uma reação, ou acomodação. Agora estamos ficando cansados. Pior do que isso, muita gente perdeu seu ganha pão e está penando para sobreviver ao vírus e à fome.
Se alguma coisa precisa brotar desse caos é a solidariedade. Estamos todos no mesmo barco, no entanto, uns em transatlânticos, outros em lanchas potentes, outros num barquinho à vela e ainda muitos em canoas furadas, entrando água o tempo todo.
Heróis são os cientistas e os profissionais da saúde. Deles depende a nossa sobrevivência no mundo. Heróis também são os que socorrem os mais necessitados, procurando amenizar suas carências e matar sua fome.
Como será quando isso passar? Ninguém sabe. O mundo terá que se reestruturar, contabilizar as perdas, reconhecer os erros, aprender para o futuro. Nossa geração pensou que, depois da gripe espanhola, nada conseguiria nos atingir com tamanha virulência.
Errou.
E deixou de investir na Ciência, permitiu a devastação das matas e florestas, a extinção de animais, a poluição dos rios e mares, a emissão de gases na atmosfera e construiu mais estádios de futebol que hospitais, deixando de desenvolver tecnologias, de aprimorar Institutos de Pesquisa, de formar cientistas.
Tomara que, pelo menos, tenham aprendido com os erros e mudem suas diretrizes para que as crianças de hoje, que já estão sofrendo tantas limitações, não precisem passar por isso novamente na vida adulta.
Que o novo normal seja bem mais consciente!
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