É fato que os pais ensinam com amor e o mundo não tem o mesmo cuidado. Quando é a própria vida que ensina, geralmente ela não usa luvas de pelica e costuma sacudir com vontade.
Vemos crianças mimadas, acostumadas a ter tudo o que querem, do jeito que desejam, depois penando na mão de professores, colegas e patrões.
Assim acontece em todas as ocasiões. Inclusive durante uma pandemia.
Jovens que tiveram Covid de forma leve menosprezam a doença, batem no peito e se aglomeram, repetindo a bobagem criminosa de que se trata apenas “de uma gripezinha”. Sabemos que o vírus não ataca só uma vez e que na segunda vez costuma vir com carga total. Além disso, sofre mutações, se disfarça e se torna ainda mais contagioso e letal.
E mesmo que não houvesse possibilidade de reinfecção, só porque o Fulano teve a doença numa forma leve então não vai se proteger, nem proteger os outros, inclusive seus familiares, que podem desenvolver uma forma mais grave da doença e até morrer?!
Alguns chamam isso de irresponsabilidade, eu já considero uma deficiência de caráter e uma impossibilidade de viver em sociedade. Um tipo de sociopatia mal disfarçada.
Muitos desses que teimam em fazer festas, se aglomerar, bebendo e cantando sem máscara, enchendo o ar de vírus, voltam para casa e dormem embalados pelo álcool sem sequer lembrar daqueles que pagam suas contas, preparam sua comida, lavam sua roupa e que podem morrer se se contaminarem.
Depois, vão chorar por leitos na porta dos hospitais, dando entrevistas para a imprensa culpando os profissionais da saúde e os gestores.
Numa pandemia a gente aprende várias lições. Nem todas boas. A solidariedade é pouca e o egoísmo é muito. A empatia é rara e a responsabilidade bem escassa. Tem muita gente que não se presta para conscientizar, reforçar os protocolos e os cuidados e perde seu tempo espalhando mentiras nas redes sociais. Uns por maldade, outros por ignorância e por descaso com as fontes.
Os funcionários públicos ficaram numa situação bem mais confortável, já que mantiveram seus salários apesar da pandemia. Por essas e outras, o sonho de tantos jovens continua sendo o de passar num Concurso Público. A iniciativa privada teve que se adaptar e a horda de desempregados só cresceu. Quantos ajudaram essa gente que ficou sem pão?!
Ainda se vê gente que dá de ombros, que se diz fatalista (o que tiver que ser, será), ou prefere tapar o sol com a peneira (não é tanto assim, estão aumentando).
Esses só vão aprender com a dor, quando perderem alguém bem próximo, ou se sentirem solitários numa UTI.
Infelizmente.
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