sábado, 27 de fevereiro de 2021

A FEIÚRA DA QUARENTENA

                          O termo quarentena já não se adapta ao que estamos vivenciando nesta pandemia. Quarentena são quarenta dias e já estamos há quase quatrocentos dias vivendo sobressaltados. Na verdade, somos mais resistentes e resilientes do que supúnhamos, uma vez que nesse tempo todo não recebemos uma notícia boa e apenas uma esperança remota de uma vacina que chega de conta gotas e para uma minoria. Em contrapartida, notícias de infectados e mortos cresce em progressão geométrica. Já estamos na Terceira Onda e nada de melhorar. Isso que a Ciência nunca trabalhou e progrediu tanto! Se tivéssemos tido gestores eficazes e um povo responsável certamente nossa situação seria outra.

                            Nesses tempos, nós nos encontramos com pouca gente, o isolamento social se faz necessário e avistamos os amigos apenas por fotos nas redes sociais. E como as pessoas, de modo geral, engordaram e enfearam! Quem não trabalha fora, está aposentado ou em home office, deixou de lado muitos dos cuidados com a aparência. São cabelos maltratados, sem pintura nem corte, unhas por fazer, um tal de gastar chinelos e as roupas melhores esquecidas nos cabides. Batom então! Só para manchar as máscaras.

                       Já ouvi falar de pessoas que continuam vivendo normalmente, apenas acrescentando à indumentária uma máscara fininha e colorida ao sair de casa. De certa forma, até as invejo, visto que há um ano minha rotina mudou radicalmente... obviamente para pior. Não tanto pela obrigatoriedade do confinamento, uma vez que sou sexagenária e, portanto, pertencente ao grupo preferencial do apetite desse coronavírus, mas porque perdi a leveza, a esperança, a capacidade de fazer planos e os motivos para sorrir.

                              Nosso povo é criativo, ainda mais quando se trata de fazer piada com coisa séria. É um humor peculiar do brasileiro que só brasileiro entende. Então, já afirmaram que máscara favorece gente feia e coisas assim. No começo da pandemia as mulheres pintavam os olhos para compensar o rosto semicoberto pela máscara. Agora, parece que a maioria desistiu do artifício. Os homens também passaram a fazer menos a barba, confiando no disfarce da máscara. E há os que não usam. Sobre esses é melhor nem comentar...

                                  Há quem diga que as pessoas não devem se arrumar só para os outros, senão para si mesmas. É fato; no entanto, é preciso haver otimismo, alegria, esperança para que a motivação surja. Na falta desses ingredientes, proliferam as pessoas que se tornaram menos atraentes e bem menos cuidadas. Além disso, muitos aprenderam a fazer pão, doces, bolos para encher o tempo e acabaram engordando mais ainda. Nunca se viu tantas receitas nas redes sociais! Gente que não sabia fritar um ovo e hoje já pensa até em abrir um restaurante de tanto que praticou! E os avós, acostumados a cozinhar delícias para a família e agora precisando comer tudo sozinhos? E os que estão trabalhando de casa e fazendo lanches imensos por estarem perto da cozinha? E o consumo de bebidas alcoólicas sempre crescendo? Não tem como culpar ninguém pelo excesso de peso ou pela falta de maiores cuidados com a aparência. Proibidos de sair, de ir para a academia e sempre com medo de tudo, como exigir que andem sempre bem lindos e arrumados? São pessoas, não bonecos!

                           Gostaria de compartilhar com vocês notícias auspiciosas, como as que já estão existindo em outros países onde a vacinação acontece em ritmo acelerado. Infelizmente, ainda não posso dar essas notícias, mas compartilho com vocês minha Fé, minha amizade e minha solidariedade até que chegue a nossa salvação.

                            Cuidem-se!


 

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