O verão de 2019 terminou com um susto. Ainda fazia calor, mas as pessoas começavam a se trancar em casa, apavoradas com as notícias de um vírus desconhecido e perigoso, descoberto numa cidade chinesa e já se replicando em diversos países. Como o Brasil é o país do Carnaval e do futebol, nenhuma das festas e desfiles de Momo foi cancelada. E o tal do coronavírus pulou junto com os foliões e depois foi para casa com muita gente.
O que se seguiu foram cenas dantescas nos hospitais, rios de lágrimas em mais de duzentos mil lares, economia quebrando, preços aumentando e uma luzinha piscando lá no fim do túnel escuro chamada vacina. Sobre ela ainda iremos falar com mais detalhes no dia em que conseguirmos chegar perto de uma, quer dizer, depois que nosso gigantesco país conseguir atender à demanda de seu povo e que a falta de escrúpulos de alguns permitir que sejam vacinados primeiramente os que mais precisam e têm direito a ela.
Bem, então, voltando às estações do ano, neste ano que passou nós não desfrutamos do Outono, pois quase não podíamos sair às ruas, menos ainda do Inverno, já que com o frio o tal do coronavírus poderia querer se multiplicar nas casas fechadas e nos ambientes abafados (e realmente aumentaram muito os casos!). A Primavera passou nos jardins de alguns afortunados e pela janela dos apartamentos de outros e então chegou o Verão. Claro que alguns desafiaram todas as recomendações e se amontoaram nas praias, nos hotéis e pousadas, ou nas festas de família no final do ano. E aí a coisa piorou de vez!
É ruim ver a estação mais quente do ano passar só na frente de ventiladores ou com o ar condicionado ligado dia e noite. Sem falar na conta de luz! É triste ver todo o setor turístico fechando portas, demitindo funcionários. Promotores de eventos, lojas que alugam roupas para festas, doceiras, fotógrafos, enfim, muita gente sofrendo sem poder trabalhar. Músicos, atores, guias turísticos, é muita gente desempregada. Mas a alternativa é ainda pior, pois mortos não trabalham, nem consomem e os hospitais estão com lotação máxima, ou se até sem vagas para os doentes em algumas regiões.
Nas noites de verão a praça que fica próxima da minha casa costumava ficar cheia de gente, com crianças nos balanços, outras no trailer do cachorro-quente e isso até bem tarde. As ruas ficavam movimentadas, iluminadas, alegres, já que ninguém queria se encerrar em casa naquele calorão.
Ontem, no caminho para a farmácia passei num espaço novo diante da praça. Uma enorme sorveteria foi inaugurada. Certamente faria a festa da criançada! Um bufê de sorvetes do jeito do verão e para todos os gostos. Fazia falta mesmo nesse bairro, onde não tinha nenhuma sorveteria ainda. Só não sei se os donos conseguirão pagar o aluguel, os funcionários e se manter... pois não tinha uma viva alma lá dentro. Nem na praça, nem nos balanços. Triste, não?!
Mas vai passar! Há de passar! E teremos outros Verões!
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