Do grego empátheia e pelo inglês empathy, empatia significa a identificação de um sujeito com outro; quando alguém, através de suas próprias especulações ou sensações, se coloca no lugar de outra pessoa, tentando entendê-la.
Um sociopata consegue cognitivamente entender o que o outro sente, mas não consegue sentir a dor do outro. Isso porque a empatia começa com a conexão com o outro, mas termina na compaixão, que é aquele nível de empatia que te motiva a agir para ajudar o outro. Em outras palavras, seria o exercício afetivo e cognitivo de buscar interagir percebendo a situação sendo vivida por outra pessoa, além da própria situação.
A empatia causa sofrimento, não resta dúvida, pois sentimos a dor do outro dentro de nós, mas também atesta a nossa humanidade e provoca a solidariedade.
Nessa pandemia, ficou muito evidente a empatia de muitas pessoas e a insensibilidade de outras.
Graças à empatia, muita gente distribuiu cestas básicas nas comunidades carentes, cozinhou para quem não tinha o que comer, atendeu solitários e doentes, consolou quem perdeu pessoas queridas, se comoveu com o trabalho tão difícil e necessário dos médicos e enfermeiros, carregou oxigênio nas costas, usou máscara, não se aglomerou e, também, padeceu de ansiedade, de tristeza, precisando apelar para medicamentos a fim de continuar resistindo e alertando a população mais teimosa e irresponsável.
Um pastor precisa ter empatia para entender as dificuldades das suas ovelhas e conduzi-las pelos melhores caminhos. Precisa antever as dificuldades e se antecipar a elas visando a segurança e o bem-estar do rebanho. Cada ovelha perdida é profundamente lamentada pelo bom pastor, que não mede esforços para que nenhuma se perca pelo caminho e nada de mal aconteça a elas.
Existem pessoas que evitam os noticiários sempre catastróficos da pandemia, em todos os canais de TV, porque sofrem demais assistindo. É compreensível, nem todos possuem o vigor necessário para saber, multiplicar o que sabem e se prevenir. Outros, não procuram se informar por desinteresse mesmo, pois não lhes toca o que acontece além das paredes da sua casa e às vezes nem dentro da sua família. Insensíveis e egocêntricos, só dói o que lhes atinge diretamente. E existem ainda os que transformam todos os dados da Ciência em disputas políticas e esses são os mais execráveis e mais nefastos à humanidade.
Eu sofro pelos médicos, pelos enfermeiros, pelos doentes, pelos que perderam gente querida, pelos que estão sem dinheiro e sem comida, pelos que morreram por falta de oxigênio, pelos que terão que esperar muito e contar com a sorte até chegar na sua vez de tomar a vacina (se é que um dia terá para todos), pelos que estão há quase um ano se privando do convívio com a família e os amigos e sabem que terão mais um ano desses pela frente, pelos idosos que morreram contaminados pelos jovens que mais amam, enfim, sofro por todo mundo! Pela humanidade que nunca esperou passar por isso agora. E sofro as consequências também dessa minha empatia.
Que legado deixaremos às novas gerações?
Que apoiem a Ciência, que Hospitais são mais necessários que estádios de futebol, que verbas para a Educação e Pesquisa são prioritárias, que a Saúde de um povo deve vir antes de lucros, isenções de impostos, subsídios para ricas empresas privadas e que os Governantes devem ser honestos, capazes, responsáveis e solidários.
Só assim eles estarão preparados para enfrentar revezes como os que sofremos agora e corremos como loucos, de um lado para outro, buscando uma salvação que nunca chega.
Que aprendam com nossos erros!
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