“A união faz a força”, já diziam as formiguinhas carregando uma grande folha para o formigueiro.
“O povo unido jamais será vencido” gritam os manifestantes nas mais diferentes passeatas.
E o que vemos no Brasil hoje?!
Um país dividido ao meio e não só na política.
De um lado os que creem e de outro os que descreem.
Uns rezam, oram, outros apontam os defeitos dos padres e pastores.
Aqui concordam com o encaminhamento dado à pandemia, ali abominam, criticam, acusam.
Uns seguem religiosamente os conselhos dos órgãos da saúde, não saem sem máscara, evitam aglomerações, enquanto outros colocam a máscara com o nariz de fora e não deixam de fazer nada que tenham vontade, independente do número de pessoas que estiver ao seu redor.
Parece que o Brasil esqueceu a temperança, a cordialidade e, tão logo contrariado em suas convicções, o brasileiro logo parte para a agressão, ofensas pessoais, calúnias.
Os valores se invertem dia a dia, bandidos são soltos, inocentes são abusados, gritam os conchavos, tapam o sol com a peneira tentando deixar tudo como está, como sempre foi enquanto o Gigante continuava adormecido, sorrindo e rebolando para o turista europeu e americano do Norte no carnaval.
O povo demonstra um cansaço extremo, uma desesperança indignada pela obrigatoriedade de continuar escolhendo, elegendo e se decepcionando na maior parte das vezes. Não se pode sair, não se pode abraçar, não se pode viajar, mas somos obrigados a votar.
Talvez fosse bom se pudéssemos votar nos Ministros do Supremo, porque, afinal de contas, são eles que mandam no país. Aliás, como será que se chama esse regime de governo em que o STF é que governa?!
O povo está dividido, os amigos estão divididos, até muitas famílias sofreram cisões quiçá irreversíveis. Isso tudo numa época em que a pandemia arrasa com a raça humana...
Pipocam problemas de toda ordem, a mente humana não foi feita para suportar tanta pressão e tanto confinamento. Os consultórios dos psicólogos e psiquiatras têm lista de espera e o resultado disso tudo vai aparecer ainda mais tarde. Desde quando crianças e adolescentes podem ficar sem escola um ano inteiro? Nem nas piores pandemias durou tanto assim.
As redes sociais perderam a graça, quase ninguém tem nada interessante para contar e o que predomina é a polarização na política, na religião, na quarentena, em tudo. Não há unanimidade para nada, parece que nem mesmo Deus é o Senhor de todos depois que alguns servos seus escorregaram e pecaram.
Seria muito bom se, ao invés de cada um olhar para o seu umbigo, os brasileiros conseguissem olhar na mesma direção, buscando o bem comum.
A desunião não fortalece nenhum lado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário