segunda-feira, 7 de março de 2016

A NOVA MULHER



Para quem sempre foi acusada de saudosista, hoje vou me deter na apologia da modernidade. Pelo menos em relação aos avanços que a condição feminina conquistou.
Basta caminhar no corredor de um bom supermercado e verificar o quanto evoluíram os cuidados com a higiene íntima da mulher. E isso é fundamental para a prevenção de infecções e aqueles desagradáveis probleminhas, hoje extintos (ou quase) porque tem mulher que nunca usou uma ducha fora do banho.
Absorventes fininhos - e eficazes - sem falar nos internos, invisíveis mesmo num biquíni pequenininho. Sabonetes íntimos. Sabão em pó para peças íntimas. Calcinhas com forro de puro algodão antialérgico, sem elásticos, anatômicas, fáceis de secar e bonitas.
Minhas contemporâneas devem se lembrar da grossura do Modess, das indefectíveis ligas para prendê-lo, das calças que mais pareciam calças plásticas de bebê e ainda da vergonha de faltar a todos os programas ao ar livre, quando estávamos "naqueles dias". Sem falar nas cólicas que quase nos matavam, na proibição de lavar os cabelos, nos vazamentos daqueles monstruosos absorventes, com pouca absorção do fluxo. Olha, ficar menstruada era realmente um castigo que Deus tinha imposto às mulheres. E no tempo da minha mãe, segundo ela, era ainda bem pior!
E, depois de casadas (?), vinham os métodos anticoncepcionais! Pílulas com doses cavalares de hormônios que nos crucificavam de enjoo e dores de cabeça, sem falar nos terríveis efeitos colaterais. Camisinhas de puro látex, grossas, que nos causavam alergias e tiravam toda a sensibilidade dos homens. E abortos grosseiros, responsáveis por muitas mortes de mocinhas desesperadas.
Hoje, além das corriqueiras cesarianas, existem partos sem dor, com tipos variados de anestesia, além de um pré-natal completo, que previne quase todas as complicações e ainda garante sobrevida a bebês que certamente morreriam naquela época. Ah, as cesarianas eram feitas com anestesia geral e a mãe e o bebê corriam riscos enormes (eu mesma fiz três assim).
E os problemas sexuais? Ejaculação precoce, impotência, tudo culpa da mulher, que não sabia "motivar" o homem, ou era "fria". E como havia mulheres falsamente frígidas!
É, a vida melhorou muito para as mulheres, pelo menos nestes aspectos.
Em contrapartida, o novo homem precisou aprender rapidinho a entender esta nova mulher, ou dançou.
Dançou mesmo?!
Ou conquistou o direito de formar novas famílias, ter filhos em vários casamentos e ainda brigar pela guarda compartilhada - última conquista masculina?
Parecia que eles iriam ficar em desvantagem... Que nada! Já descobriram rapidinho como usufruir das conquistas femininas e hoje dividem a conta, as despesas da casa, as responsabilidades com os filhos, sem precisar usar absorventes, passar por um parto, ou amamentar.
Em suma, a Eva é que era a "tinhosa", mas o Adão (bonzinho) sempre levava a melhor.
E quem vai querer contestar a Bíblia?!



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