Para
quem sempre foi acusada de saudosista, hoje vou me deter na apologia da
modernidade. Pelo menos em relação aos avanços que a condição feminina
conquistou.
Basta
caminhar no corredor de um bom supermercado e verificar o quanto evoluíram os
cuidados com a higiene íntima da mulher. E isso é fundamental para a prevenção
de infecções e aqueles desagradáveis probleminhas, hoje extintos (ou quase)
porque tem mulher que nunca usou uma ducha fora do banho.
Absorventes
fininhos - e eficazes - sem falar nos internos, invisíveis mesmo num biquíni
pequenininho. Sabonetes íntimos. Sabão em pó para peças íntimas. Calcinhas com
forro de puro algodão antialérgico, sem elásticos, anatômicas, fáceis de secar
e bonitas.
Minhas
contemporâneas devem se lembrar da grossura do Modess, das indefectíveis ligas
para prendê-lo, das calças que mais pareciam calças plásticas de bebê e ainda
da vergonha de faltar a todos os programas ao ar livre, quando estávamos
"naqueles dias". Sem falar nas cólicas que quase nos matavam, na
proibição de lavar os cabelos, nos vazamentos daqueles monstruosos absorventes,
com pouca absorção do fluxo. Olha, ficar menstruada era realmente um castigo
que Deus tinha imposto às mulheres. E no tempo da minha mãe, segundo ela, era
ainda bem pior!
E,
depois de casadas (?), vinham os métodos anticoncepcionais! Pílulas com doses
cavalares de hormônios que nos crucificavam de enjoo e dores de cabeça, sem
falar nos terríveis efeitos colaterais. Camisinhas de puro látex, grossas, que
nos causavam alergias e tiravam toda a sensibilidade dos homens. E abortos
grosseiros, responsáveis por muitas mortes de mocinhas desesperadas.
Hoje,
além das corriqueiras cesarianas, existem partos sem dor, com tipos variados de
anestesia, além de um pré-natal completo, que previne quase todas as
complicações e ainda garante sobrevida a bebês que certamente morreriam naquela
época. Ah, as cesarianas eram feitas com anestesia geral e a mãe e o bebê
corriam riscos enormes (eu mesma fiz três assim).
E
os problemas sexuais? Ejaculação precoce, impotência, tudo culpa da mulher, que
não sabia "motivar" o homem, ou era "fria". E como havia
mulheres falsamente frígidas!
É,
a vida melhorou muito para as mulheres, pelo menos nestes aspectos.
Em
contrapartida, o novo homem precisou aprender rapidinho a entender esta nova
mulher, ou dançou.
Dançou
mesmo?!
Ou
conquistou o direito de formar novas famílias, ter filhos em vários casamentos
e ainda brigar pela guarda compartilhada - última conquista masculina?
Parecia
que eles iriam ficar em
desvantagem... Que nada! Já descobriram rapidinho como
usufruir das conquistas femininas e hoje dividem a conta, as despesas da casa,
as responsabilidades com os filhos, sem precisar usar absorventes, passar por
um parto, ou amamentar.
Em
suma, a Eva é que era a "tinhosa", mas o Adão (bonzinho) sempre
levava a melhor.
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