Longe
de mim ser "garota-propaganda" da Globo, até porque faz tempo que não
sou mais garota, né? O fato é que preciso assistir a uma telenovela pelo
menos, "para não perder a ternura", como dizia Neruda.
Pelo
horário em que estou mais livre e pela possibilidade de um enredo mais
denso, acabo sempre assistindo a das 21h.
Depois
de assistir os "costumes indianos" na novela "Caminho das
Índias" decidi: - Quero ser sogra ou vaca na Índia!
Já
não tenho sogra, portanto não sou nora, então... vou ser sogra por lá! Que
maravilha! As noras passam para a família da sogra e devem cuidá-la como de uma
mãe, obedecendo, aguentando as exigências e reclamações, paparicando-a. Aliás,
na China também é assim. Acho que essas culturas machistas, patriarcais devem
ser uma bênção para as mães de filhos homens (eu que tenho três...).
Da
sociedade dividida em castas já não gosto muito, mas as mulheres enfeitadas,
preparadas só para o casamento e as noras naquela devoção... e eu tinha que
nascer no Brasil!
Quanto
às castas, já me imaginei lá embaixo, porque não tenho fortuna, só que descobri
que, como intelectual, seria privilegiada. Até isso!
A
moda é cíclica e sempre seguida e respeitada, digam o que disserem. Vale copiar
tudo, as roupas, os xales, as pulseiras, a maquilagem, desde que se preservem
os costumes ocidentais, que os amores continuem livres e as sogras odiadas. Ora
essa!
Posso
ser vaca na Índia também. Comida boa dada na boca, na hora que eu quiser. Se as
vacas daqui assistissem TV, coitadas! Até os animais sofrem o peso das culturas
e têm sorte ou azar. Aqui são marcadas com ferro quente, dividem o leite de
seus bezerros e acabam virando churrasco.
Bem,
recapitulando. Eu queria ter nascido em Paris, ter noras indianas e comer
churrasco no Rio Grande do Sul.
Pode?!
Em
tempo: Atualmente, Glória Peres nos apresenta a Turquia. O visual é lindo, mas
os costumes já não atraem tanto.
3 comentários:
Oi Maria
É minha primeira vez por aqui e já estou te seguindo. Eu não gosto de novela prá falar a verdade, prefiro blogar ou ler um livro, mas gostei muito do seu jeito de escrever, é leve e descontraído.
Bjos.
http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br/
Olá. A Jeanne, tulipa vermelha que é ruiva, apontou a seta e cá estou, lendo o que você escreve com tanta naturalidade e beleza. Gostei disso e muito.
Também sou noveleira, mas acho isso da Glória Perez nos empurrar os tais costumes, muito chato. Acho que as vacas são mais importantes que as mulheres, pelo que parece, porque elas só pensam em marido, jóias, tapetes... Pensamento meio preconceituoso esse meu, eu sei, mas é o que a novela nos mostra.
Brindemos às vacas e sogras.
Abraços.
Sejam muito bem vindas as novas leitoras, trazidas pela grande amiga Jeanne. Voltem sempre! É para vocês que escrevo. Um abração.
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