quinta-feira, 23 de maio de 2013

TRISTE REALIDADE

     Pretendia colocar no Facebook trechos diários sobre a violência em nosso país. Porque entendo as redes sociais como multiplicadoras, não só de lindas imagens e fotos da família, mas também de conscientização, de cultura, de reflexão. No meu perfil sempre procuro compartilhar coisas que possam esclarecer, alargar horizontes, atualizar, refletir.
     Fiz uma pausa agora para postar as fotos do aniversário da Bruna, que não queria ver misturadas a essa barbárie de que venho tratando em doses homeopáticas, para não assombrar ninguém.
     Resolvi, então, completar ou estender melhor minha argumentação por aqui.
     Os trechos citados foram retirados de alguns editoriais do Diário Catarinense e concordo plenamente com eles, por essa razão publico-os no meu perfil  do Face e também aqui, dois espaços meus nos quais desfruto de certa liberdade.
      Os editoriais foram escritos a partir de um artigo do dirigente empresarial Roberto Rachewsky e que afirma o seguinte:
     "A pena de morte já existe em nosso país e vem sendo aplicada indistintamente contra cidadãos de bem, crianças, jovens, adultos ou idosos.
Só há dois culpados pela criminalidade no país: os delinquentes e as autoridades que não cumprem sua função de impedi-los de agir, pela ação policial e pela punição judicial."
         A seguir, cito alguns trechos do Editorial, a meu ver de suma importância e que retrata bem a angústia da nossa sociedade e a sensação de que já está se tornando insuportável conviver com isso!
          "Vivemos aprisionados por grades, não nos arriscamos sair à noite e, durante o dia, temos de estar sempre vigilantes, temos de desconfiar de tudo e de todos, temos de evitar lugares potencialmente perigosos, jamais portar objetos de valor e frequentar sempre locais protegidos.
          Quando nos livraremos do medo? Que desgraça é essa que recai sobre o Brasil, quando até mesmo países vizinhos desfrutam de paz social e de relativa tranquilidade para tocar a vida? Quantas gerações de brasileiros ainda terão que viver como nossos adolescentes e jovens, que nunca conheceram o direito de sair sozinhos sem a certeza de voltar incólumes para casa?
             Pode até haver razões culturais por trás dessa calamidade nacional, mas a responsabilidade maior é das autoridade que elegemos e sustentamos com nossos impostos para nos dar proteção e Justiça. Leis permissivas, polícia inoperante e tribunais lenientes formam o tripé da impunidade, que também é sustentado por políticas sociais equivocadas.
                     A desigualdade social já não serve mais de explicação para a violência. Se o país retirou milhões de pessoas da miséria nos últimos anos, como explicar que a criminalidade continue aumentando e que os crimes urbanos sejam cada vez mais banais e monstruosos? Vítimas que não reagem são executadas, criminosos queimam uma pessoa imobilizada porque ela tem pouco dinheiro na conta corrente, assaltantes explodem bancos e aterrorizam cidades inteiras. Até mesmo moradores de rincões remotos são acordados na madrugada e têm suas casas invadidas por quadrilhas de delinquentes.
                  Acreditamos que só existe um caminho para superar este estado de terror, que passa por três pontos basilares: Polícia, Justiça e Educação. Polícia ostensiva, bem preparada, bem equipada e eficiente no combate à criminalidade; Justiça célere, rigorosa, exemplar e dissuasória na penalização de delinquentes de todos os calibres; e educação preventiva, transformadora, que efetivamente encaminhe os jovens para uma exitência humanitária e produtiva."
                     Assino embaixo!


2 comentários:

Unknown disse...

Oi Maria luiza,leio esta postagem tua, no dia 26. Penso como tu, e mais, me atrevo a dizer que a pena de morte existente deveria de ser,tornada, agora, uma lei para melhorar a vida do cidadão de bem:De uma penalidade,que usada pelo criminoso, passase a ser das leis do país,protegendo o cidadão de bem.Eu acredito que só uma lei radical possa ter força para bandidos tão radicais começarem a ter o medo igual ao que há tempos nos acontece.Mas infelizmente isto não é de interesse de quem governa.Li uma reportagem David Coimbra - Tarso Genro,sobre situação prisional no RGSul. Chamou-me a atenção ler o que estava sendo respondido sobre privatização de presídios,ao que o governador respondeu, que o apenado era responsabilidade do estado, pois não visava lucro.Primeiro, não fomos perguntados se queremos mesmo pagar a estadia de quem é criminoso,segundo,o estado já provou ,seja ele que partido tenha,que não é competente,então até quando vamos pagar com nosso suor e vida a proteção de quem é fora da lei?Haverá um momento que seremos nós os fora da lei, de tanta proteção que acontece aos criminosos.Francamente é esta minha opinião,infelizmente.

Luiz Barboza Neto disse...

Olá, querida amiga ML,
Sempre que me deparo com tais questões, me vem à mente o porquê desta trite realidade.
Penso que um dos motivos basilares, está nos desvios morais das "autoridades" que devem cuidar da sociedade.
Fico desanimado ao constatar como são precários os que pagamos para cuidar da população.
Sabemos dos juízes que se aposentam com pouco mais de quarenta anos de idade, e com altíssimos salários; políticos que acumulam aposentadorias; funcionários de prefeituras que vendem facilidades; e outras mazelas que todos conhecemos.
De um tempo para cá, temos essas fábricas de multas de trânsito que tanto nos incomodam. Colocam radares em dias ensolarados, em estradas livres, descidas onde a Lei da Gravidade "atrai" os veículos para além dos 80 km estipulados, para então, cinicamente, nos dizerem que é para o nosso bem; como se não soubéssemos que os acidentes acontecem à noite, na chuva e com motoristas alcoolizados. Exatamente nos momentos em que os policiais se escondem das intempéries.
Um marginal apontando a arma para nos roubar, se assemelha muito aos policiais que nos apontam seus radares para, dias depois, subtraírem de nossas reservas, por vezes, valores muito maiores.
E pensar que somos nós é que os pagamos...
Isto, sim!, é uma grande decepção. Uma falha na base moral da sociedade que, se não reparada, tudo mais será consequência.