segunda-feira, 17 de outubro de 2011

COMPARAÇÕES

          Nem sempre, quando se compara, estamos sobrepondo uma coisa à outra. Muitas vezes, apenas constatamos a diferença.
          Assim, ao ver tanta gente obesa hoje em dia, crianças e jovens inclusive, não podemos nos furtar à comparação do estilo de vida dos nossos dias e da nossa infância e juventude.
          Pra começar, comíamos em pratos menores. Reparem nas cobertas de mesa antigas como os pratos, rasos e fundos, eram bem menores! As xícaras e taças também. Hoje os pratos tem a dimensão de uma bandeja e as canecas fornecem quase meio litro de leite.
        Quase todo mundo morava em casas, com grandes quintais, pátios que abrigavam todo tipo de cabanas e brinquedos, além de hortas e pomares cheios de comida saudável. Ali brincávamos o dia inteiro correndo, subindo em árvores, pulando muros, escondendo, pegando, numa atividade constante.
         Poucas famílias tinham carro, mas, mesmo nessas, o hábito era mesmo o de andar a pé. Caminhando íamos para a escola e para todas as atividades extras, como cursos de instrumentos musicais, Educação Física, treinos, ensaios.
         A não ser a merenda da escola e o café da tarde, ninguém tinha o hábito de beliscar entre as refeições. E a comida era "de verdade", feita no fogão à lenha, na panela, muitas vezes vinda das criações e das hortas da casa. Nada de fast food ou de comida comprada por telefone.
        Nas aulas de Educação Física fazíamos muitos exercícios antes dos jogos e elas aconteciam fora do período que estudávamos na escola, portanto íamos e voltávamos a pé, ou de bicicleta, mais uma vez.
        Andávamos muito de bicicleta, caíamos também porque carregávamos uns aos outros correndo pelas ruas de chão batido.
        Hoje tudo é perigoso e as crianças vivem trancadas num apartamento diante da TV, do vídeogame ou do computador. Só que isso também pode ser perigoso, principalmente o computador.
        Claro que o mundo moderno trouxe facilidades e maravilhas tecnológicas, não há como negar. Meu intuito não é fazer comparações, mesmo porque de nada adianta comparar com um tempo que não voltará.
        A crescente obesidade das crianças, jovens e adultos é que me levou a essas constatações. Não se trata de saudosismo puro e simples, é mais uma justificativa para o que se vê, baseada no modo de vida que se comprova.
       Cabe a todos procurar alternativas e ajustes que possibilitem uma melhor qualidade de vida às novas gerações.

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