terça-feira, 18 de outubro de 2011

PENSATIVA ... SERÁ BANZO?!



       A liberdade é sempre um ingrediente vital para o que quer que seja. Para escrever então, nem se fala! Textos encomendados são sempre tediosos, textos dirigidos não tem espontaneidade alguma e, se a escritura é um ato de libertação, como atrelá-la ao gosto ou às necessidades de supostos leitores?
       Hoje não vou falar de flores, tampouco de otimismo, sorrisos ou coisas desse tipo, simplesmente porque não estou me sentindo assim. Dormi pouco e mal, pensei demais, cansei demais, concluí demais e fiquei assim.
      Por que os gordos não conseguem parar de comer, os bêbados de beber, os fumantes de fumar? Numa análise mais profunda (ou mais superficial) diríamos que essas pessoas tem baixa auto-estima, ou falta-lhes uma motivação maior para enfrentar a perda do prazer. E por que os amigos e familiares presenteiam com chocolates os mesmos viventes que estão sempre criticando por estarem acima do peso?
         Deixando de lado essa reflexão e pulando para outra, lembro (ah, como lembro!) que não faz tanto tempo que coloríamos de azul e branco a alameda que levava ao nosso amado colégio, saturávamos o ar com nossos segredos, nossos medos, nossa urgência para tudo. Da mesma forma enfeitávamos os salões dos clubes da cidade com toda a pujança da nossa juventude.
        Hoje, alguns de nós se reencontram através desse mundo virtual e tentam se agrupar, como se assim pudessem eternizar aquelas emoções, aqueles sorrisos, aquelas vozes.
       Só que hoje somos um bando de cabeças brancas, repletos de histórias pessoais e de outras pessoas que surgiram a partir de nós e das nossas escolhas; entretanto, quando nos reunimos, lá estamos novamente de calças e saias curtas, numa alegre revoada a caminho da escola.
        Nunca fui a favor dessas festas que se fazem a cada dez, vinte anos e onde os sustos são inevitáveis, isso quando não há uma secreta concorrência para ver quem se conservou melhor, ou ficou até mais bonito (a) com o passar dos anos.
        Pelo menos no mundo virtual podemos colocar as fotos que quisermos, inclusive mais jovens e/ou mais bonitas do que realmente somos e mostrar, através do que escrevemos, que lá no fundo continuamos os mesmos.
         Numa outra guinada da minha cabeça hiperpensante, volto a pensar na data festiva de hoje.  Não sei se você concorda, todavia, parece que a véspera é sempre melhor que o dia, inclusive na Páscoa. A confecção das cestas, a procura dos presentes ao gosto de cada um, a escolha do cardápio, a preparação das refeições, tudo tem mais sabor do que o momento em si, quando os presentes são trocados, o alimento consumido, os beijos dados e...
        Então eu, que até já enalteci o coelhinho da Páscoa em detrimento das celebrações da paixão de Cristo, vou me preparar para a Missa, pois é lá que meu espírito encontrará a calma e as respostas para tantos questionamentos.
       Não tenho certeza, mas isso que estou sentindo parece o velho banzo que sempre me acomete quando penso ou falo muito no meu Alegrete.
      Esse grupo formado pela Zulmira no Facebook e intitulado "Alegretenses desgarrados" me fez dar um giro completo pelo Ibirapuitã, pela Mariz e Barros, pelo IEOA, pelo Casino, pela Praça, pelo Quiosque, pelo Cine Glória e, mais do que tudo, por mim mesma.
      Saudade... muita!



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