Você tem algum talento? Para a
música, para a dança, para a oratória, para o fogão? Ou tem aquelas mãos
de fada que criam maravilhas de tricô, crochê, bordado, artesanato,
decoração ou ainda roupas maravilhosamente bem cortadas, maquilagem
perfeita, penteados elaborados? Quem sabe você escreve, ou pinta?
E
como você descobriu que tinha esse talento? Em casa? Nas horas vagas? Nas aulas
específicas? No convívio com parentes igualmente habilidosos?
Minha
avó tocava piano maravilhosamente bem, lendo partituras, entendendo do
instrumento. Um de seus irmãos tocava violino e eles faziam duetos
inesquecíveis, segundo seus contemporâneos. O curioso é que ela tinha pouca
escolaridade e seu pai não possuía muitos bens, além de ter morrido cedo e
deixado sua mãe viúva com cinco filhos para criar. Como ela conseguiu
desenvolver seu talento nessas condições? Porque quase todas as famílias tinham
piano em casa e porque não havia televisão, videogame, computador, nada que roubasse
das crianças todo seu tempo livre.
Embora
as habilidades manuais (com exceção do piano) não sejam o meu forte, aprendi a
tricotar com minha avó e a fazer pequenos reparos de costura com minha mãe,
além de alguns pontos de bordado. Eram momentos de encontro, de conversas, de
lazer assistido naquelas tardes quentes de férias, ou antes de dormir e depois
dos deveres escolares. Na hora da novela de hoje, para ser mais explícita.
Desenho,
pintura, artesanato, tudo pode ser aprendido em casa, com a família, caso haja
interesse, talento e tempo para isso.
Quantas
crianças talentosas devem estar sendo desperdiçadas diante dos chats e dos
jogos de computador e celular! Talentos que nunca serão desenvolvidos, porque
não terão oportunidade de se manifestar.
Você
já ensinou alguma coisa que faz bem a um descendente seu? Algum deles vai poder
dizer que aprendeu com você a fazer alguma coisa?
Pense
nisso. Observe melhor as novas gerações e tente descobrir se alguma criança ou
jovem talentoso não está merecendo uma chance de se aprimorar.
Se
nós, que tivemos a oportunidade de aprender tantas coisas num tempo menos
corrido e melhor ocupado, não nos decidirmos a ensinar, o que essas novas
gerações poderão contar ou mostrar aos seus descendentes?
Olhe ao redor, quem sabe ao seu lado um talento muito útil à humanidade está
sendo desperdiçado por falta de oportunidade e incentivo.
Você poderá se surpreender!
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