Conhecem a questão do copo pela metade, quando se pergunta se está meio cheio ou meio vazio, né?
Há pessoas (eu já fui uma delas) que batem no peito se dizendo "oito ou oitenta", quando o melhor, o razoável é sempre o cinquenta, o sessenta, por aí.
Dizem que todo mundo tem um lado bom. Excetuando-se os bandidos, os fascínoras, os pervertidos, os assassinos, os pedófilos, acho até que pode ser verdade.
É certo também que todo mundo tem um diabinho escondido dentro de si, bem ou mal domado, mas que aflora de vez quando.
Como meu simpático e jovem dentista é também meu leitor, vou citar um exemplo vindo de sua cadeira de tortura (ops!) de consulta, hoje mesmo, com euzinha. Pois há algum tempo perdi um dente lá do fundão, por barbeiragem de um colega dele e agora este jovem, de cabelos de anjinho e olhos azuis, está implantando um igualzinho no lugar. Só que o tal pino não se comportou como deveria e deve cair fora, dando lugar a um outro mais firme. Acontece que ele não quer sair de lá. Está mole para segurar um dente bonito, de porcelana branquinha, mas está firme para ser retirado e se recusa a largar o osso... literalmente.
É isso que acontece na vida, com muitas pessoas e nas mais variadas situações. Como aqueles ditados chulos que falavam em "nem faz isso, nem faz aquilo".
Quem não conhece alguém que não ama, mas não abre mão nem deixa o outro ser amado?
Que não sabe fazer, mas não dá a vez ao colega que faz melhor?
Que não cuida e não deixa ninguém cuidar?
Na maioria das situações, seria melhor uma postura mais decisiva, mais definitiva, pois geralmente ela abrevia sofrimentos desnecessários.
Agora, em se tratando dos radicalismos estéreis de tanta gente, vale a máxima:
O que seria das cores se todo mundo preferisse apenas o preto ou o branco?
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