Neste ano de 2020 nada é igual ao que era antes. Tudo foi modificado, transformado, ajustado, adaptado.
Com o magistério não foi diferente. Ainda bem que os professores já sabem que precisam viver se superando, seja para conseguir sobreviver com um salário sempre baixo, seja para enfrentar o descaso dos governantes, ou para fazer milagres em sala de aula, enfrentando situações desafiadoras, pais incompreensivos e ausentes e alunos, por isso mesmo, mal-educados. Não são todos (nem os professores aguentariam), mas parece que esse número só aumenta.
Professores que nunca aprenderam em seus cursos de formação a atender alunos com necessidades especiais, de repente se veem obrigados a lidar com essa situação sem a técnica e a habilidade necessárias. Alunos surdos e professores que nunca tiveram uma só aula de LIBRAS acontece nas escolas. Deficiente visuais em classes regulares com professores que não tem a menor noção de braile é uma realidade não tem rara assim. Culpa dos cursos de preparação, dos Currículos, do MEC, ou de todos? E a solução terá que ser sempre criada pelo professor, que mais uma vez terá que se superar.
E assim chegou a Pandemia de Covid-19. E agora? Fecham-se as escolas. Mas os alunos não podem ficar sem aulas! Seus pais estão trabalhando em casa e eles precisam estudar! Não dá para perder um ano letivo e a pandemia se arrasta, num platô enervante e perigoso, num gráfico que não desce, ou desce muito pouco e bem devagar. E agora?! Os professores, muitos deles com um celularzinho mixuruca, precisam continuar dando aulas, improvisando quadro, cenário, cartazes e desenvolvendo, do dia para a noite, uma técnica jamais praticada, das aulas on-line. E dê-lhe críticas, principalmente dos pais!
Agora o professor paga sua luz, sua internet, seu café, seu ar condicionado, seu material audiovisual, pois é tudo feito de um canto da sua casa. E ai dele se não cativar os alunos e não conseguir passar os conteúdos previstos! Claro que as provas serão feitas com ajuda familiar e livros abertos. Muitos alunos vão ligar o computador e continuar dormindo. Mas o professor precisa se esforçar para fazer jus ao salário no final do mês. É pouco, mas pior seria perder o emprego e os professores das escolas particulares não têm nem estabilidade e podem ser mandados embora por qualquer deslize ou desagrado dos pais pagadores.
No Dia do Professor os professores estarão em meio a mais uma batalha entre os que desejam uma reabertura das escolas e os que temem pela saúde da comunidade escolar e seus familiares e preferem esperar por uma vacina. Se as escolas reabrirem, talvez os pais possam opinar se desejam que os filhos retornem ou continuem com o ensino à distância, mas os professores não. Eles terão de voltar, conviver com alunos, colegas e funcionários e rezar para não levar o vírus traiçoeiro para seus pais, avós e outros idosos da sua família.
É um ano atípico, um momento ainda não vivido por essa geração de pessoas e tudo o que servia para julgar e opinar, agora já não serve mais.
É triste ver as escolas fechadas. É triste ver jovens colocando em risco seu ingresso no Ensino Superior e pequeninos sem as brincadeiras e os cuidados das creches. Dá pena ver as crianças e adolescentes distanciados dos amigos, num isolamento nem sempre saudável e muito sem graça. Entretanto, mais triste que isso é ver gente de todas as idades lotando as UTIs dos hospitais, sendo entubados e muitas vezes partindo sem ao menos uma despedida dos seus afetos.
Faltam 77 dias para acabar um ano que sequer aconteceu.
Estamos todos do mesmo lado, lutando para sobreviver a essa peste e tentando minimizar os efeitos desse tempo tão ruim.
Neste 15 de Outubro procure olhar com simpatia, benevolência, admiração e reconhecimento para esses bravos professores!
Sem eles, a vida dos seus filhos em 2020 teria sido ainda muito pior!
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