quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SE FOSSE BOM




          Já ouvi muitas vezes que, se casamento fosse bom, não precisaria de tantas testemunhas.
          Por que o amor acaba? Por que o respeito termina? Por que os amantes viram inimigos e só enxergam os defeitos do outro?
          Qual será a solução ideal para as pessoas terem um relacionamento duradouro e que, se tiver que acabar, termine com dignidade, com civilidade, com maturidade?
         Por que as pessoas apaixonadas não ouvem conselhos de ninguém e não conseguem enxergar sem óculos cor-de-rosa o ser amado?
         Por que a paixão minimiza inclusive a falta de caráter do cônjuge e, por isso, lá adiante, esta espada terá de cair sobre a cabeça do incauto mais dia, menos dia?
         Por que colocar filhos no mundo se um dia irão atropelá-los por conta de suas vontades e egoísmo?
         Como esperar de uma pessoa visceralmente mentirosa que lhe seja verdadeira?
         O divórcio litigioso é o oposto do casamento, com pontos em comum.
          As testemunhas que presenciaram a união festiva e comeram o bolo de três andares agora terão de contar mentiras, ou descrever baixarias, apontar defeitos, enumerar problemas naquele casalzinho meigo, de branco, que jurou amor eterno, fidelidade, respeito e se desrespeitou como ninguém.
         Os filhos, atônitos, pagam mais caro que todos, pois são triturados com mentiras, cada qual puxando para o seu lado e eles sem saber no quê e em quem acreditar.
         Ao invés de ficar prometendo coisas que sabem que não irão cumprir, os noivos deveriam assinar um compromisso de serem civilizados e justos nas separações, privilegiando o bem estar e o equilíbrio dos filhos, sem exigências extremas, sem acusações, sem mentiras. ISSO é que deveria ser exigido na hora do casamento.
         Pra que casar então? Por que assinar tantos papéis que só servem pra complicar a vida? Por que gastar tanto em álbuns e fotos que um dia serão rasgados, queimados, riscados, jogados no lixo?
        Se eu pudesse, usando minha experiência de vida, aconselhar os jovens, insistiria num ponto crucial: caráter, valores, dignidade, educação, sinceridade, honestidade, respeito. É disso e só disso que as pessoas precisam para se unirem a outras sem medo do futuro, pois, quem tem em sua formação esses ingredientes, nunca será protagonista de uma briga judicial ou de uma lavação de roupa suja em público.
         Se os jovens, ao invés das medidas do corpo, da cor dos olhos e do tamanho do sutiã das namoradas, ou os bíceps do namorado, atentassem para esses atributos, com certeza se decepcionariam bem menos e, quem sabe, pudessem até ser felizes para sempre.
  





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