Já ouvi muitas vezes que, se
casamento fosse bom, não precisaria de tantas testemunhas.
Por que o amor acaba? Por que o respeito termina? Por que os amantes viram
inimigos e só enxergam os defeitos do outro?
Qual
será a solução ideal para as pessoas terem um relacionamento duradouro e que,
se tiver que acabar, termine com dignidade, com civilidade, com maturidade?
Por
que as pessoas apaixonadas não ouvem conselhos de ninguém e não conseguem
enxergar sem óculos cor-de-rosa o ser amado?
Por
que a paixão minimiza inclusive a falta de caráter do cônjuge e, por isso, lá
adiante, esta espada terá de cair sobre a cabeça do incauto mais dia, menos
dia?
Por
que colocar filhos no mundo se um dia irão atropelá-los por conta de suas
vontades e egoísmo?
Como
esperar de uma pessoa visceralmente mentirosa que lhe seja verdadeira?
O divórcio litigioso é o oposto do casamento, com pontos em comum.
As testemunhas que presenciaram a união festiva e comeram o bolo de três
andares agora terão de contar mentiras, ou descrever baixarias, apontar
defeitos, enumerar problemas naquele casalzinho meigo, de branco, que jurou
amor eterno, fidelidade, respeito e se desrespeitou como ninguém.
Os
filhos, atônitos, pagam mais caro que todos, pois são triturados com mentiras,
cada qual puxando para o seu lado e eles sem saber no quê e em quem acreditar.
Ao
invés de ficar prometendo coisas que sabem que não irão cumprir, os noivos
deveriam assinar um compromisso de serem civilizados e justos nas separações,
privilegiando o bem estar e o equilíbrio dos filhos, sem exigências extremas,
sem acusações, sem mentiras. ISSO é que deveria ser exigido na hora do
casamento.
Pra que casar então? Por que assinar tantos papéis que só servem pra complicar
a vida? Por que gastar tanto em álbuns e fotos que um dia serão rasgados,
queimados, riscados, jogados no lixo?
Se
eu pudesse, usando minha experiência de vida, aconselhar os jovens, insistiria
num ponto crucial: caráter, valores, dignidade, educação, sinceridade,
honestidade, respeito. É disso e só disso que as pessoas precisam para se
unirem a outras sem medo do futuro, pois, quem tem em sua formação esses
ingredientes, nunca será protagonista de uma briga judicial ou de uma
lavação de roupa suja em público.
Se os jovens, ao invés das medidas do corpo, da cor dos olhos e do tamanho do
sutiã das namoradas, ou os bíceps do namorado, atentassem para esses atributos,
com certeza se decepcionariam bem menos e, quem sabe, pudessem até ser felizes
para sempre.
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