sábado, 10 de outubro de 2015

DEUS, TENHA PIEDADE!




                          Às vésperas do Dia da Criança, é natural que lembremos das nossas, que mostremos as melhores fotos, que recebamos os elogios pela descendência, que presenteemos nossas crianças e oremos por elas, para que seus anjinhos da guarda estejam sempre atentos, protegendo-as. Doces gostosos e programas divertidos fazem parte do pacote e são muito bem vindos pelos pequenos.
                        Por outro lado (e sempre há um outro lado), nossa humanidade não permite que nos esqueçamos daquelas outras crianças, sofrendo como adultos, perdendo-se dos pais, morrendo afogadas em embarcações precárias superlotadas, sufocando em caminhões, dormindo ao relento, trancafiadas por cercas de arame farpado, sem água, sem comida e muito menos brinquedos.
                        No dia dedicado a elas, cada um com a sua crença, não deixe de rezar para que esses inocentes não continuem pagando por crimes que não cometeram, sofrendo todo tipo de perigos e provações para fugir dos maus, dos cruéis, dos insensíveis. Que o Pai do Céu olhe por elas, enxugue suas lágrimas e lhes dê a esperança de um mundo melhor, uma vida melhor, um futuro digno da infância!
                        Não é difícil imaginar o quanto deve ser duro para essas famílias verem suas casas destruídas, suas cidades arrasadas, seus parentes mortos... Certamente, não são as luzes e riquezas dos outros países que os atraem, mas a segurança, a possibilidade de viver em paz, de trabalhar e receber por isso, de ver seus filhos na escola, longe das bombas e da tirania dos falsos líderes.
                       O problema é muito complexo, envolve riscos para quem os recebe, pois terroristas sempre podem vir infiltrados entre os evadidos, assim como muitos países não têm estrutura para abrigar e absorver comunidades inteiras. Ainda há o risco das grandes potências se posicionarem em lados opostos nesse conflito e acabarem por se enfrentar, colocando em risco toda a humanidade. Oriente e Ocidente deveriam se manter em seus lugares, com suas religiões, seus costumes, sua história, sua natureza. Jamais se enfrentar, jamais querer que um lado do mundo se assemelhe ao outro. O risco maior é o das lutas religiosas, que já dizimaram civilizações inteiras e que deveriam ser respeitadas por uns e por outros, sem que para isso fosse preciso crer e adotar essa ou aquela fé.
                       Não se mata em nome de ninguém! Nenhum líder verdadeiro autoriza assassinatos! O fanatismo desvirtuado de alguns é que gera todo esse genocídio, onde, mais uma vez, os velhos e as crianças acabam sendo as maiores vítimas.
                        Que Deus tenha piedade deles!




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