Às vésperas do Dia da Criança, é natural que lembremos das
nossas, que mostremos as melhores fotos, que recebamos os elogios pela descendência,
que presenteemos nossas crianças e oremos por elas, para que seus anjinhos da guarda
estejam sempre atentos, protegendo-as. Doces gostosos e programas divertidos
fazem parte do pacote e são muito bem vindos pelos pequenos.
Por outro lado (e sempre há um outro lado), nossa humanidade
não permite que nos esqueçamos daquelas outras crianças, sofrendo como adultos,
perdendo-se dos pais, morrendo afogadas em embarcações precárias superlotadas,
sufocando em caminhões, dormindo ao relento, trancafiadas por cercas de arame
farpado, sem água, sem comida e muito menos brinquedos.
No dia dedicado a elas, cada um com a sua crença, não deixe
de rezar para que esses inocentes não continuem pagando por crimes que não cometeram,
sofrendo todo tipo de perigos e provações para fugir dos maus, dos cruéis, dos
insensíveis. Que o Pai do Céu olhe por elas, enxugue suas lágrimas e lhes dê a esperança
de um mundo melhor, uma vida melhor, um futuro digno da infância!
Não é difícil imaginar o quanto deve ser duro para essas famílias
verem suas casas destruídas, suas cidades arrasadas, seus parentes mortos...
Certamente, não são as luzes e riquezas dos outros países que os atraem, mas a
segurança, a possibilidade de viver em paz, de trabalhar e receber por isso, de
ver seus filhos na escola, longe das bombas e da tirania dos falsos líderes.
O problema é muito
complexo, envolve riscos para quem os recebe, pois terroristas sempre podem vir
infiltrados entre os evadidos, assim como muitos países não têm estrutura para
abrigar e absorver comunidades inteiras. Ainda há o risco das grandes potências
se posicionarem em lados opostos nesse conflito e acabarem por se enfrentar,
colocando em risco toda a humanidade. Oriente e Ocidente deveriam se manter em
seus lugares, com suas religiões, seus costumes, sua história, sua natureza. Jamais
se enfrentar, jamais querer que um lado do mundo se assemelhe ao outro. O risco
maior é o das lutas religiosas, que já dizimaram civilizações inteiras e que
deveriam ser respeitadas por uns e por outros, sem que para isso fosse preciso
crer e adotar essa ou aquela fé.
Não se mata em nome de ninguém! Nenhum líder verdadeiro
autoriza assassinatos! O fanatismo desvirtuado de alguns é que gera todo esse genocídio,
onde, mais uma vez, os velhos e as crianças acabam sendo as maiores vítimas.
Que Deus tenha piedade deles!
Nenhum comentário:
Postar um comentário