Dia desses escrevi sobre os excessos virtuais das novas
gerações. E são preocupantes mesmo.
Uma das minhas teorias, das tantas frases que crio e
reproduzo à exaustão, é que “tudo na vida tem dois lados”. Pois é, esse mundo
virtual também tem.
Difícil é convencer os familiares e amigos pouco adeptos à
internet de que não estamos reclusos, depressivos ou buscando isolamento quando
nos refugiamos nas redes sociais, blogs e e-mails. Para alguns é inadmissível a
afirmativa de que estamos interagindo o tempo todo, com várias pessoas, e nem
sempre conseguimos dar a atenção devida a cada uma delas.
O contato via computador dispensa a apreciação visual,
impede as transgressões ao passar os olhos pelas roupas, pelas rugas, pela
silhueta do amigo que está confabulando conosco. Vamos direto ao cerne, ao
âmago da questão, sem rodeios e desinteresses momentâneos.
Só quem aderiu às redes sociais pôde rever amigos e colegas
distantes, saber com quem casaram, de quem separaram, que filhos tiveram,
parecidos com quem, formados em quê e agora babando sobre os netos, cada um
mais rechonchudo e lindo que o outro.
Os amigos virtuais nos recebem, ainda de pijama, com um
lindo “Bom dia!” e acalantam nossos bocejos à noite, desejando bons sonhos.
São eles que torcem conosco pelo sucesso da prole, que nos
acompanham nas enfermidades, que se indignam com as injustiças que sofremos e
comemoram efusivamente nossos sucessos.
Se não postamos a foto daquele momento tão significativo e
recebemos os comentários dos amigos, parece que aquilo nem aconteceu.
Através dos perfis e das fotos ficamos conhecendo mais e
melhor as pessoas e, assim, nos aproximamos ou nos afastamos das mesmas, de
acordo com nossas afinidades.
Reencontrar colegas do Jardim de Infância, afastados pelas
escolhas da vida, não tem preço!
Saber por onde andam e o que fizeram da vida nossos alunos é
muito bom!
Rever os amigos da juventude, dos bailes, do colégio, do
cinema aos domingos é uma beleza!
Encontrar gente que pensa como a gente, que gosta do que a
gente gosta e que compartilha sonhos, é muito gratificante.
Esse é o lado bom do mundo virtual!
Sabendo usar, escolhendo bem os amigos que terão acesso ao
nosso lado mais privativo, a internet pode realmente aproximar pessoas,
mantê-las acompanhadas e, de certa forma, protegidas por uma rede de amigos
sempre atentos às transformações e às ausências.
Quem mora longe da família, então, pode compartilhar em
tempo recorde suas conquistas, mostrar as fotos, dividir os sorrisos.
Sem abandonar o mundo real (daqui a pouco estarei diante do
fogão), pode ser muito prazeroso passear pela vida dos amigos e saber o que
eles andam fazendo e pensando já bem cedinho de manhã.
Um excelente dia a todos!
Mais tarde nos reencontraremos e comentaremos os fatos do
dia.
Até mais!
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