Eu
gostava muito de mascar chicletes na infância e meu pai detestava. Dizia que
não se devia cultivar vícios.
Quando
jogávamos baralho, raramente, ele também não gostava e jamais permitiu que
usássemos qualquer moeda de aposta, alegando que o jogo já destruíra muitas
famílias.
Infelizmente,
meu pai não conseguiu evitar que eu fumasse por muitos anos, atendendo aos
modismos da época e aos apelos da “turma”.
Mais
tarde, perdeu um filho adorado para a maldade das drogas e o banditismo de um
traficante argentino.
Tudo
que nos governa é prejudicial. A cada vez que nossa razão é suplantada por uma
vontade deixamos de estar no comando do nosso barco.
Quando
sabemos que não deveríamos comer e comemos, estamos dominados por uma compulsão
nefasta.
Se
conhecemos o mal estar de uma ressaca e mesmo assim bebemos, é sinal de que
nossa decisão está enfraquecida, suplantada por um prazer momentâneo.
Todas
as vezes que deixamos de estar com as pessoas que amamos para nos isolarmos na
rua, nos cantos, na chuva, no vento, tendo por companhia apenas um cigarro mal
cheiroso, isso é um indicativo grave de que já nos tornamos dependentes e que
aquele pedaço de papel, fumo e mil outras substâncias letais, já nos dominou.
As
demais drogas, amplamente alardeadas, são capazes de destruir pessoas e
famílias inteiras em bem pouco tempo. Levam à cadeia, ou ao cemitério, passam
pela sociedade como um rolo compressor, destruindo tudo ao redor, matando gente
inocente, roubando de todo mundo, enfim, uma calamidade pública, além de uma
forma constante de suicídio.
O
álcool e o cigarro, falsamente considerados drogas “legais”, porque encontrados
com facilidade, possuem o mesmo efeito devastador das demais drogas, apenas num
tempo um pouco mais longo, todavia igualmente funesto.
Existem
pessoas que bebem socialmente, parcimoniosamente e jamais dirigem depois de
beber.
Não
existem fumantes que fumem socialmente, porque a nicotina é exigente e comanda
seus escravos com braços de aço. É preciso muita força de vontade para
abandonar o cigarro, muita disposição de brigar pela sua vida e seus
relacionamentos, entretanto, é possível! Não é fácil, melhor jamais ter fumado,
mas a gente consegue. O primeiro passo é querer de verdade.
Meu
pai estava certo. Não devemos nos viciar em nada e não existe vício benigno.
Tudo aquilo que se impõe ao razoável, ou que nos impele a repetir um ato mesmo
quando não desejamos, é prejudicial e deve ser evitado. Porque os vícios, mesmo
os mais triviais, muitas vezes nos afastam das pessoas e nos fazem pertencer a
tribos específicas, nem sempre agradáveis, nem sempre positivas.
Pensem
nisso e tentem ajudar seus pequenos a diversificar os gostos e a vida, ou então
a formar hábitos mais saudáveis, como ler, estudar, aprender. Isso, com
certeza, irá torná-los adultos mais felizes. E sem vícios.
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