segunda-feira, 22 de abril de 2013

CONECTADOS FULL TIME




Dia desses fui ao teatro, com meu fiel escudeiro que sabe apreciar um bom texto e uma boa representação.
Não direi o nome da peça que assistimos porque não teríamos elogios a ela e propaganda negativa não tem graça. Meu sábio pai já dizia que, se não temos nada de bom a dizer sobre uma pessoa, ou um acontecimento, é melhor não dizer nada.
Curitiba estava quente, abafada, nem parecia a cidade da brisa geladinha que tanto aprecio. O trânsito complicado, o teatro lotado e a peça em única apresentação na cidade, com atores globais no elenco.
Ao soar o segundo sinal desligamos os celulares, não confiamos nem no modo silencioso, pois morreríamos de vergonha se ele tocasse no meio da representação. Também, para que a gente precisa estar disponível durante uma sessão de cinema, ou uma peça de teatro?
Ingressos muito caros e nós usufruindo uma das únicas compensações do envelhecimento, que é a volta da meia entrada. Esta, o estacionamento facilitado e as filas preferenciais constituem a trilogia de satisfação dos envelhescentes.
Muitos jovens no teatro, o que, a princípio, nos pareceu um indicativo muito positivo de que a arte ainda poderia aparar muitas arestas das novas gerações. Não quero acreditar que estivessem lá apenas para ver de perto os atores das novelas da Globo.
Luzes apagadas, música e refletores iniciando e, de repente, a platéia parecia invadida por bandos de vagalumes, inclusive ao meu lado e nas filas adjacentes. Vocês acreditam que aquelas moças bonitas, finamente trajadas passaram a peça inteira teclando no celular?! Isso mesmo! Mensagens de ida e volta, com luzinhas irritantes refletindo na cara da gente e olhando de vez em quando para o palco. Certamente combinavam o programa que fariam a seguir, ou namoravam, sei lá. O fato é que, se a peça não fosse fraquinha, eu ficaria muito irritada com aquela falta de tudo!
Vejam só, uma pessoa paga uma nota preta para ir ao teatro e lá não desgruda do celular! Inconcebível! Não consigo ter compreensão para uma coisa dessas. Não pode ser apenas modernidade, aliás, esta tal modernidade encobre toda a falta de educação, princípio e cultura do mundo! Ser moderno, ao que parece, é não seguir nenhuma regra de boa conduta e deitar por terra os últimos resquícios de civilidade e compostura.
                  Outro dia aconteceu o mesmo no cinema. Celulares tocando, pessoas atendendo, recebendo e enviando mensagens, sem falar que, na sala de espera, as famílias e os namorados nem conversam mais. Ficam o tempo todo teclando nos celulares, cada um num mundo à parte, sem o menor entrosamento.
                  Para encerrar com o cúmulo da barbárie, dia desses assisti a essa cena,  já corriqueira e deplorável,  NA MISSA, durante o sermão do padre, na hora em que faz todo o sentido sairmos de casa para ouvir a palavra de Deus.
                 É uma barbaridade!


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