terça-feira, 13 de dezembro de 2011

TRISTES ESPÉCIMES



Não vou dizer que fiquei “estarrecida’ porque, infelizmente, tenho visto e sabido de tanta coisa horrorosa que perdi a capacidade de me surpreender. Mas ainda me chocou o caso da mãe menina (de onze anos!) lá do Rio Grande do Sul. Pobre, filha adotiva, abusada pelo pai adotivo desde pequenininha e grávida assim que seus ovários amadureceram o mínimo necessário para a concepção. Diz ela que ainda quer ser “cientista”, que não sente raiva de ninguém, apenas amor pelo filho. Perguntada sobre o que deseja para a criança responde: “Que tenha educação e respeito.”
Bingo! Era o mote que eu precisava para a costura que desejo fazer.
Existem mães que só deram a seus filhos a vida biológica, porque dificultam enormemente o desenvolvimento psicossocial dos mesmos, tornando-os reféns de suas mentes doentias e da visão distorcida que têm da vida, dos fatos e das pessoas. Comprazem-se em manipular cabecinhas inocentes, às vezes ainda na primeira infância, usando de ardis e artimanhas inqualificáveis para obter da criança uma cumplicidade forjada à custa de toda sorte de prêmio.
Não são mães. São monstros. Não hesitam em comprometer o equilíbrio emocional de anjinhos de quatro, cinco anos desde que possam atingir, através deles, seus desafetos. Obrigam a criança ao desamor, mentem, trapaceiam, oferecem brinquedos, substituem refeições saudáveis por porcarias industrializadas, entopem a casa de brinquedos desnecessários e apreciados por um ou dois dias apenas, tudo isso para barganhar afeto, fomentar ciúmes, criar desavenças.
Vocês conseguem imaginar uma mãe que oferece presentes ao filho pequeno desde que ele deixe de gostar desta ou daquela pessoa?
E a Infância, onde fica?
E os valores reais?
E a sinceridade nata dos pequenos?
Aos cinco anos, já encontramos crianças capazes de mentir, de fingir, de fazer jogo duplo, completamente perdidas entre o certo e o errado, por culpa dessas mães.
É claro que este tipo de comportamento parte de pessoas ociosas, sem rumo, sem objetivo na vida, com tempo integral para arquitetar maldades. Poderiam estas criaturas cozinhar para seus pequenos, ler histórias para eles, sentar no chão para brincar, ensinar a rezar, organizar suas coisas, ao invés de desperdiçar o tempo entortando, às vezes para sempre, a cabeça e os valores de um inocente. Como não são pobres, o Conselho Tutelar não se ocupa desses anjinhos que sofrerão na vida mais até do que os favelados, refugiando-se nos vícios, nos medos para fugir da confusão sentimental e ética criada por essas falsas mães.
Uma menina pobre, estuprada, mãe aos onze anos quer incutir “educação e respeito” em seu filhinho.
Oxalá todas as mães quisessem a mesma coisa!
Que lição!




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