Sabe quando você vem chegando em casa e percebe uma junção de pessoas bem perto do seu prédio? E, quanto mais se aproxima, vê que estão na porta do seu prédio mesmo? Num átimo seu cérebro inventaria quem de sua família está em casa ou na rua naquele momento, porque já se dá conta de que há alguém estendido no calçada no meio da roda macabra. O sangue gela nas veias quando percebe o táxi atravessado na rua, com o capô abaulado, sem outro carro por perto. Atropelamento. O coração desce antes das pernas, a respiração em suspenso, os olhos fixos no rosto chocado dos vizinhos, a maioria deles chorando. Deus do Céu, quem foi???
Nenhuma mulher, mãe e avó conseguiria sentir alívio ao ver um menino de sete ou oito anos agonizando na calçada. Eu também não senti. Era o filho ou o neto de todos nós. Ainda não sei o fim da história, a ambulância carregou o anjinho e agora os outros anjos é que determinarão o resto.
Quero chegar num ponto que anda me incomodando.
Nunca fui uma pessoa negativa, dessas que só olham para o pior lado das coisas e ignoram tudo de bom que elas encerram.
De repente, eu me pego encontrando muito mais defeitos do que qualidades nas coisas e pessoas, sem me ater ao reverso da medalha.
Será outra desvantagem da idade?
Estarei ficando deprimida?
Os problemas estarão me vencendo?
Meus netos desabrocham a cada dia.
Minha mãe tenta se conformar com as limitações, que crescem em progressão geométrica nesta idade.
Eu também sinto a passagem do tempo em cada músculo dia dia.
Eu também sinto a passagem do tempo em cada músculo dia dia.
A sensação de impotência é extremamente desagradável.
Não quero falar mal de nada ou de ninguém.
Já tem gente demais fazendo isso.
Já tem gente demais fazendo isso.
Só que um twitter , que só serve de agenda para os "famosos" dizerem o que farão, fazem ou fizeram, ter 100 000 acessos num dia, é demais pra mim que insisto em escrever e ter o que dizer.
Deve ser mesmo a menopausa...
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