sábado, 25 de dezembro de 2021

NATAL ESPERANÇA

                          Não caberia a mim, uma sexagenária, falar em esperança. Esperança é coisa de jovens, de quem tem um futuro pela frente, de quem tem milhares de sonhos para realizar e vontade de mudar o mundo, a vida, as pessoas.

                        Vejo, no entanto, tantos jovens desesperançados, derrotados, descrentes das instituições, dos valores morais, da honestidade, da justiça. Jovens que não têm, nem procuram uma Fé, que optam por viver a vida como se cada dia fosse o último, defendendo-se dos agressores como podem, medrosos, inseguros, perdidos. Frutos de famílias cada vez mais desajustadas, mais egoístas, mais presas às redes sociais do que à rede familiar, insatisfeitos, caminhando a esmo para uma rotina que não lhes preenche, num trabalho mecânico, sem grandes realizações. Muitos, inclusive, à procura de qualquer trabalho, mesmo que seja fazendo o que nem gosta, desde que lhe garanta pelo menos o dinheiro para colocar créditos no celular.

                      Sei que hospitais, mesmo às vésperas do Natal, ainda existem muitas famílias em sofrimento constante, enfrentando doenças, lutando contra a morte, suportando dores, ouvindo diagnósticos assustadores e previsões arrasadoras dos médicos. Um mundo à parte, feito de tristeza, medo, insônia e muitas orações. E assim passarão o Natal.

                      Nos noticiários vemos tragédias ceifando vidas saudáveis, produtivas, jovens e também outros matando para roubar um celular, para comprar drogas, para se vingar, porque a vida não vale nada para eles.

                      Observamos, estarrecidos, nossos representantes sempre com polpudos salários e cheios de mordomias, enquanto o povo que lhes deu o voto trabalhando como escravo para pagar os impostos escorchantes e a fome interminável do leão do Imposto de Renda.

                     Não será o Papai Noel que nos trará alento neste Natal, embora devamos, com todas as forças, preservar toda magia do bom velhinho para nossas pobres crianças, tão descrentes de todas as fantasias. Que ele distribua balas, brinquedos, encanto, magia e o sonho de um natal como deveria ser, como já foi, como está cada vez mais distante...

                     E para todos nós – ESPERANÇA!

                     Esperança no fim dessa pandemia que nos maltrata há dois anos.

Esperança na recuperação dos empregos e da dignidade que só o salário produz.  Esperança que os laços de solidariedade se intensifiquem e que não falte comida no prato de ninguém.

                      Esperança que os amigos distanciados entendam que a amizade vale bem mais do que as ideologias e que nem sempre a vida nos dá tempo de reatarmos os laços rompidos.

                     Esperança de um país melhor, um mundo melhor, onde os homens sigam o exemplo e os ensinamentos do aniversariante do Natal.

                     Esperança que as famílias se amem, se entendam, que os doentes sarem, que os maus se tornem bons, que a honestidade e a fraternidade prevaleçam, que os povos desistam das guerras, que o homem não mate, que as mulheres sejam respeitadas, que as crianças sejam protegidas e educadas, que os idosos sejam cuidados com carinho e que o Pai de todos apenas se encarregue de não deixar as tragédias acontecerem.

                    Só assim teremos um Natal de verdade. Um Natal Nascimento. Um Natal Transformação. Um Natal Esperança!


 

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