Volta e meia surge um modismo querendo desestabilizar a língua e a cultura. Como se a língua não fosse um fator vital na identificação de um povo.
Imaginem que algumas correntes pretendem mexer nos clássicos da literatura, encontrando, por exemplo, preconceitos em Monteiro Lobato e querendo, sem o menor direito, corromper seu texto.
Queria ver se alguém ousasse macular os livros de autores russos, como Tosltoi, Dostoievski, Puchkin, Maiakovski!
Ou dos franceses Balzac, Baudelaire, Sartre, Proust.
Quem sabe mexer nos livros dos ingleses Dickens, Virginia Woolf, Agatha Christie.
Ou mesmo dos espanhóis García Marques, Cervantes, Cortázar, Garcia Lorca.
Só mesmo no Brasil alguém pode ter uma ideia estapafúrdia dessas!
Agora, pretendem criar (e usar) uma tal de “linguagem neutra”, como se o masculino já não representasse os dois gêneros. Aliás, ainda criaram uma confusão de gêneros (parece que já existem 5 ou 6), que não mudam nada, não acrescentam ou modificam nada, só servem para complicar e dificultar apenas as nomenclaturas, já que não influenciam, ou influenciam pouco na natureza das pessoas.
É difícil para as crianças aprenderem a usar assertivamente o masculino e o feminino das palavras e pronomes. Imaginem agora apresentar para os alunos palavras “neutras”, pronomes que nem existem na nossa língua, modismos sem pé nem cabeça que proliferam preferencialmente em nosso país.
Essas modas geralmente são passageiras e não devem invadir nossa língua mãe, já bastante vilipendiada pelas gírias. Os alunos mal sabem o português (cada vez menos, pela falta de leitura) e ainda querem mudar a concordância?!
Tanta coisa para aprimorar, tantos verbos para aprender a conjugar, tantos livros para ler e vamos pensar em criar uma bobagem dessas, como essa tal “linguagem neutra”, para atender reivindicações de determinados grupos?!
É importante lembrar e ressaltar que a língua uniformiza e representa um povo como um todo e não grupos isolados.
“A pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.”
Olavo Bilac
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