sábado, 20 de novembro de 2021

O QUÊ A HISTÓRIA VAI CONTAR?

 

                  Estamos vivendo uma pandemia não esperada, sofrida e sem prazo para acabar.

                 No momento, nosso país avança na vacinação e o vírus parece domesticado. Se houvesse mais vacinas e se todos tomassem as duas doses no prazo indicado, certamente nossa situação seria ainda melhor.

                Europa e Ásia flexibilizaram os protocolos, abandonaram as máscaras e sofrem novos pico de casos e óbitos.

                 Teremos as festas de final de ano, um Carnaval e um verão de viagens e praias pela frente. O que poderemos esperar? Parece cedo para se pensar em “vida normal”, por mais que almejemos isso.

                  E, depois que tudo passar – um dia há de passar ou ficar sob controle pelo menos – o que os sobreviventes testemunharão às gerações vindouras?

                 O que as crianças e jovens de hoje, quase dois anos sem escolas e sem conviver com os amigos, irão relatar aos seus descendentes?

            Quantas lembranças pessoais e, por isso mesmo, nem sempre exatas serão passadas adiante?

                  Quantas opiniões tendenciosas?

                  Que verdade prevalecerá?

                  O que a Ciência vai documentar?

                O que aconteceu com as mais de seiscentas mil famílias brasileiras (até agora) que ficaram desfalcadas, acéfalas, com a perda de seus familiares?

                 História, Ciências, Antropologia, Sociologia, Filosofia, Religião... o que essas áreas de conhecimento registrarão sobre essa pandemia de Covid-19?

               Será que nossos bisnetos e tataranetos ouvirão histórias como as que nossos pais e avós nos contaram sobre a gripe espanhola?

              Um dia, quem sabe, existirão remédios para se prevenir esse coronavírus e ninguém mais vai morrer de Covid.

                E onde dirão que se originou o vírus maldito? Terá sido mesmo numa caverna cheia de morcegos na China? E por que os homens insistem em adentrar o reino animal provocando essas pestes?

                 Verão chegando, mosquitos acordando, prontos para picar aqueles de sangue doce, bem alérgicos, que ficam logo embolotados e cheios de coceira. Quintais sujos, águas paradas, lixo acumulado em terrenos baldios e a dengue fazendo a festa. Já tivemos uma geração de crianças com microcefalia originada por esses mosquitos traiçoeiros. E muita gente já morreu dessas doenças causadas por esses diminutos insetos.

               Parece que, a todo momento, a vida nos mostra nossa pequenez diante da natureza. Ou cuidamos da nossa Terra mãe e apoiamos a Ciência, ou seremos sempre reféns desses vírus e desastres ambientais.

                Precisamos deixar um legado para as gerações vindouras. Que seja de um planeta menos poluído e de cientistas a postos para nos defender das ameaças que vez por outra surgem.


 

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