Estamos vivendo uma pandemia não esperada, sofrida e sem prazo para acabar.
No momento, nosso país avança na vacinação e o vírus parece domesticado. Se houvesse mais vacinas e se todos tomassem as duas doses no prazo indicado, certamente nossa situação seria ainda melhor.
Europa e Ásia flexibilizaram os protocolos, abandonaram as máscaras e sofrem novos pico de casos e óbitos.
Teremos as festas de final de ano, um Carnaval e um verão de viagens e praias pela frente. O que poderemos esperar? Parece cedo para se pensar em “vida normal”, por mais que almejemos isso.
E, depois que tudo passar – um dia há de passar ou ficar sob controle pelo menos – o que os sobreviventes testemunharão às gerações vindouras?
O que as crianças e jovens de hoje, quase dois anos sem escolas e sem conviver com os amigos, irão relatar aos seus descendentes?
Quantas lembranças pessoais e, por isso mesmo, nem sempre exatas serão passadas adiante?
Quantas opiniões tendenciosas?
Que verdade prevalecerá?
O que a Ciência vai documentar?
O que aconteceu com as mais de seiscentas mil famílias brasileiras (até agora) que ficaram desfalcadas, acéfalas, com a perda de seus familiares?
História, Ciências, Antropologia, Sociologia, Filosofia, Religião... o que essas áreas de conhecimento registrarão sobre essa pandemia de Covid-19?
Será que nossos bisnetos e tataranetos ouvirão histórias como as que nossos pais e avós nos contaram sobre a gripe espanhola?
Um dia, quem sabe, existirão remédios para se prevenir esse coronavírus e ninguém mais vai morrer de Covid.
E onde dirão que se originou o vírus maldito? Terá sido mesmo numa caverna cheia de morcegos na China? E por que os homens insistem em adentrar o reino animal provocando essas pestes?
Verão chegando, mosquitos acordando, prontos para picar aqueles de sangue doce, bem alérgicos, que ficam logo embolotados e cheios de coceira. Quintais sujos, águas paradas, lixo acumulado em terrenos baldios e a dengue fazendo a festa. Já tivemos uma geração de crianças com microcefalia originada por esses mosquitos traiçoeiros. E muita gente já morreu dessas doenças causadas por esses diminutos insetos.
Parece que, a todo momento, a vida nos mostra nossa pequenez diante da natureza. Ou cuidamos da nossa Terra mãe e apoiamos a Ciência, ou seremos sempre reféns desses vírus e desastres ambientais.
Precisamos deixar um legado para as gerações vindouras. Que seja de um planeta menos poluído e de cientistas a postos para nos defender das ameaças que vez por outra surgem.
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