terça-feira, 29 de maio de 2018

E POR FALAR EM SAUDADE...

                                           Mais simples descrever a dor e a saudade dos outros...
                                       Mesmo assim, ver a Bruna chorar a cada vez que entra na casa da Bisa não está fácil. 
                                        Não ver mais o sorriso no rosto da minha mãe, que parece ter ficado mais velhinha de repente e, que embora sem exteriorizar, dá fundos suspiros de tempos em tempos...
                                         Ver meu filho sempre tristonho , dormindo mal, com a saudade gritando nos olhos...
                                          Olhar para o cantinho vazio da caminha dela...
                                          Para os potes da água e da comida empilhados num canto... 
                                          Para os outros cãezinhos passeando com seus donos... 
                                          E, principalmente, não ser mais recebida com a festa de sempre, com o rabinho curto abanando, com as patinhas pedindo carinho ... 
                                           Comer frutas perdeu a metade da graça se ela não está ao lado pedindo.
                                            O café da vovó, sempre partilhado, já não é o mesmo e ela suspira comendo os pedacinhos de pão e de queijo que costumava dividir com a companheirinha gulosa. 
                                            A gente não fala na Pitty, não recorda sua presença serena e amiga, por medo da Bisa passar mal... mas está doendo esta saudade e o pensamento vai lá trás e lembra das brincadeiras, da subida correndo na escadaria da igreja para correr livremente lá em cima, das vezes que foi para a praia e sempre uma excelente companhia, da mania de chegar bem pertinho do rosto da gente e cheirar, como para reconhecer bem cada dono.
                                            Como diz meu filho, pena que passa tão ligeiro!
                                            Nesta foto que encontrei e que não tem nem 10 anos, o banheiro já foi reformado, a Bruna cresceu muito, está quase uma mocinha (e agora prefere o celular do que os livros) e aquele pote vermelho no chão, em que os bigodes cinzas molhavam tudo cada vez que bebiam água, agora não tem mais serventia.
                                            Pitty, Pitoca... tá fazendo muita falta na vida e no coração da gente!
                                            Será que animais tem espírito?!
                                            Se tiverem, certamente ainda estás perto de nós, cuidando a vovó na sua poltrona, recebendo teu dono feliz da vida, acarinhando cada um de nós.
                                            Só o tempo, amiguinha, pra assoprar essa sombra de tristeza dos olhos da gente...
                                            O que nos consola é saber que não sofreste, mas bem podias ter esperado mais um pouquinho, pra deixar a vovó mais feliz no aniversário dela...


 

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