Calma. Não há um novo Einstein
surgindo. A relatividade a que me refiro é apenas a camada mais superficial e “relativa” da vida.
É a relatividade dos grandes amores,
que se acomodam ao possível, provável, politicamente correto, assim como flores
em datas especiais, presentes consultados, comemorações práticas até nos dias “só deles”.
É
quando a preocupação com o outro não excede o esperável ou cômodo, justificados
plenamente por hormônios, inflação ou despertador.
O amor de mãe não é relativo. Tem uma
intensidade que extrapola, em muito, os limites da condição humana. Só uma mãe
consegue cair em desespero pelo filho que não come, que não aprende ou reprova
no vestibular. Para este ser humano tudo é intenso, completo, asfixiantemente
belo, ou triste.
O Amor, por ser o sentimento gerador
de todos os outros, jamais poderia ser relativo. Tinha que ser eterno, vigiado
noite e dia sem nada que o suplantasse ou desviasse sua atenção do ser amado.
Sendo a mola-mestra do mundo, não
poderia arrefecer, fazer concessões, tolerar, dissimular, topar compensações.
Por amor se vive ou se morre, mas não se sobrevive. Sobrevivência inclui trabalho,
dinheiro, cansaço, distorções que pouco tem a ver com amor.
Se o ser amado engorda, ou emagrece,
nada de procurar soluções ou respostas fáceis – tem que ir ao fundo da questão.
Se não sorri mais, ou adoece, tem que ser mais do que porque Deus quis! Tem, no
mínimo, que se insurgir, debater com o Criador, procurar respostas e soluções
em todos os lugares. Só os não-amantes são resignados!
Pior é fingir que está tudo bem,
sufocar duvidazinhas íntimas, em nome de quê? Da sociedade, dos amigos, da
famíla, do trabalho, do dinheiro, do nada?
Um ser amado, que chegue em casa com
marcas pelo corpo será alvo de profunda e egoísta averiguação. Se o mesmo
portar olheiras profundas, olhos sem brilho, nada levará à desconfiança. Se
fuma e bebe como um suicida, é apenas um fraco, viciado, não importam os
motivos.
É mesmo tudo muito relativo...
Às vezes, chego a invejar os homens-bomba
(cruzes!), capazes de se explodir por um sentimento e ideologia verdadeiros.
Não serão eles o supra-sumo da
“natureza humana”?
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