domingo, 8 de janeiro de 2017

SEM PRIORIDADES



                         Durante grande parte da minha vida listei por volta de vinte coisas importantes que eu deveria cumprir no ano que iniciava e afixei no lado de dentro da porta do meu guarda-roupa, para que eu não esquecesse de tentar cumprir e ir riscando a cada meta atingida. Desde o ano passado, sem nenhuma determinação prévia, deixei de fazer a tal lista, talvez pelo número expressivo de tarefas irrealizadas, ou pelo número mais restrito de desejos.
                        O fato é que pretendo escrever um romance a voltar a tocar piano como metas novas e não facilmente alcançáveis, por falta de clima e tempo.
                        Queria conhecer outros países da Europa, quem sabe ir até o Japão ver meu filho, mas precisava melhorar muito o meu Inglês enferrujado, pois não sou boa em mímicas e tenho um senso muito aguçado de ridículo. Não confio em ninguém para ficar com a minha mãe por mais de três dias e quero muito ela aqui com a gente, então, são sonhos adiados, quanto mais adiados melhor.
                        Essa coisa toda de emagrecimento, academia e congêneres está sempre na pauta, mas sem desesperos ou exageros, suavemente.
                        Os check-up médicos anuais, obrigatórios, são sempre feitos com regularidade e o nervosismo habitual, pelo desconforto dos exames e a ansiedade pelos resultados. As visitas ao dentista ficam mais frequentes com o passar do tempo, pois os dentes vão cansando de tanto mastigar (conclusão minha).
                       Ir mais ao cinema, ler mais, rezar mais, tudo isso faço sempre, acho que de tanto constar das minhas antigas listas de prioridades.
                      Acho que ser mais tolerante, mais compreensiva, mais conciliadora, mais paciente é uma busca constante, necessária para quem valoriza a harmonia familiar e o encontro de todos.
                        Imagino para um Prefeito, um Governador, um Presidente a imensa lista de prioridades que eles precisam elencar e o pouco que conseguirão ir riscando, pois quase tudo depende de dinheiro, de verba, de arrecadação. Depende, sobretudo, de cortes nos cargos comissionados, nas secretarias supérfluas, nas obras superfaturadas, nos desvios de dinheiro, na corrupção.
                        Penso que, se eu ainda fosse fazer uma lista de prioridades, talvez mudasse o título para lista de pedidos e, quem sabe, um só serviria para conseguir todos os outros: PAZ!
                       Paz para os casais, para as famílias, para as escolas, para os vizinhos, para os amigos, para a cidade, para o estado, para o país, PAZ PARA O MUNDO!
                       Menos ódio, menos armas, menos pânico, menos estresse, menos depressão, menos ira, menos bebida, menos droga, menos cigarro, menos correria de carros e motos e mais, muito mais, AMOR e tolerância. Respeito aos diferentes, pensamento construtivo, sem torcida contra, menos críticas e mais ajuda, tudo por um mundo e uma vida melhor para todos.
                       Acho que essa seria a minha grande prioridade para 2017.
                       Oxalá fosse a de muitos também!





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