segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

CAUSAS DA BARBÁRIE



                          Mesmo com muitas tentativas, não há como fugir do assunto.  As atrocidades cometidas em prisões no Norte do país são abomináveis, estarrecedoras e mostram um viés nada humano daqueles monstros enjaulados.
                         Como se não bastasse o caos político e econômico em que nosso país se encontra, agora nos deparamos com uma raça sub-humana, capaz de degolar, esquartejar, arrancar tripas e corações de pessoas a sangue frio, sem sentir nada, e ainda filmando e distribuindo vídeos da barbárie como feitos gloriosos. Não vi e não veria por dinheiro algum, mas certamente houve quem assistisse e até prestasse bastasse atenção... mas isso é outro assunto.
                        Não pretendo apresentar soluções, que não me competem, mas tentar elencar algumas prováveis causas do brasileiro ter chegado a esse nível rasteiro na escala humana (eu eliminaria todos os chefões do tráfico, presos ou não, mas não tenho poderes para isso).
                        Não há uma causa isolada e, sim, uma ciranda macabra interligada.
                        A falta de investimento maciço em educação – e consequente planejamento familiar – gera crianças e jovens ao deus dará, facilmente cooptados para o crime. Já reparou na quantidade de adolescentes grávidas nas favelas? Sem pai responsável e sem a menor condição de sustentar e educar os filhos da irresponsabilidade? O que farão para viver, para sobreviver, para conseguir adquirir tudo aquilo que a TV não cansa de mostrar? Fácil deduzir né? Se os valores que lhes passam são apenas os do Ter, tem que se virar para ter de qualquer maneira.
                       Mesmo nas famílias completas, a desagregação familiar gera jovens revoltados e facilmente levados ao mundo das drogas. Pais briguentos, relapsos, mais ocupados com as redes sociais e com seus grupos de WhatsApp do que com aqueles seres em formação deixam lacunas que as drogas e os falsos amigos logo se encarregam de suprir.
                         A imensa – e hoje escancarada – disparidade de renda entre as pessoas, onde alguns pais usam helicópteros para buscar os filhos nas festas e outros não tem um pão novo para oferecer em casa, revoltam e fazem o jovem desacreditar nas instituições.
                         A corrupção dos governos e dos políticos, a descrença naqueles que em que o povo confiara e que se locupletou e aos seus amigos com verbas que seriam destinadas à população, tudo isso gera revolta e o sentimento de que se eles fizeram, o povo pode fazer também. Valores negativos somados à impunidade são um fermento para pouco caráter e para a ociosidade do desemprego.
                         Filmes sanguinários, violentos, programas de mundo cão, de atrocidades, de aulas práticas de como praticar o mal inundando os canais abertos da televisão, justo aqueles que o povo sem cabeça mais assiste! Em busca de audiência, as emissoras capricham nos pratos que os malfeitores mais apreciam: tiros, facadas, estupros, roubos, perseguições, violência e mais violência.
                         Uma mídia negativa só divulga os horrores, dando realce para o ruim e péssimos exemplos. Nunca se veem noticiadas as coisas boas que ainda existem, as boas ações, as pessoas do bem que vivem ajudando o próximo, a dedicação de quem cuida de velhos carentes e crianças abandonadas, os que conseguem superar as dificuldades e, mesmo assim, terem sucesso no que fazem. Nada disso é mostrado, a não ser em rápidos flashes, para sobrar tempo para o mundo cão ser apresentado, com pompa e circunstância.
                         A preocupação em desacreditar na Fé, nas religiões, em Deus, mostrando sempre as exceções erradas, ao invés de todo bem que fazem às pessoas.
Um sistema judiciário emperrado, que solta bandidos e prende réus primários, acusados de pequenos furtos, junto com facínoras. Que se preocupa mais com a família dos bandidos do que com a família das vítimas. Que permite que advogados de porta de cadeia levem recados, celulares e armas aos chefões da bandidagem.
                         Direitos Humanos que não permitem trabalhos forçados para homens ociosos, que poderiam plantar e colher para comer, construir novos presídios com suas mãos bandidas, cavar buracos, carregar pedras, construir, mesmo com correntes nos pés para não fugir, ao invés de ficarem arquitetando fugas e rebeliões enquanto esperam a quentinha balanceada.
                         Não cobrem piedade de um povo que vive atormentado, medroso, à mercê da bandidagem.  Estupradores até de crianças foram mortos ali, mas não por isso e sim porque faziam parte de um bando rival.
                         Enquanto os jovens se drogarem nas festas o tráfico continuará a existir, pois a lei da oferta e da procura vale para isso também.
                         Mais escolas, mais leitura, mais exemplos edificantes, mais honestidade, mais respeito, mais valores, melhores exemplos, mais trabalho – é disso que o brasileiro precisa!
                        Chegamos ao fundo do poço.
                        Agora, é dar impulso positivo para tentar sair.






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