Você tenha, sobretudo, TEMPO.
Tempo para pensar; para sorrir; para
abraçar; para rezar; para esperar a fila andar; para se observar no espelho;
para ouvir seu coração; para doutrinar seu espírito; para contar até dez antes
de explodir; para organizar suas coisas nas gavetas dos armários e da memória;
para responder aquela cartinha que, de tão especial, foi sendo adiada e está
até hoje sem resposta; para atualizar suas fotografias no Orkut e no Facebook;
para rever aqueles filmes que lhe marcaram tanto; para ouvir suas músicas
prediletas sem estar fazendo mil coisas ao mesmo tempo; para ouvir seus
parentes e seus amigos que mal conseguem lhe dirigir duas palavras antes que
você volte a correr; para olhar para o céu de dia e de noite, redescobrindo o
sol, a lua e as estrelas, procurando as constelações; para ouvir o canto dos
pássaros e seus diálogos canoros a cada manhã; para experimentar seus presentes
de natal antes de jogá-los nos fundo do armário; para saborear sua comida,
reconhecendo ou descobrindo novos sabores, mastigando devagar; para ler os
livros novos que tanto lhe chamaram a atenção e reler os antigos, os vitais, os
da vida toda; para apreciar a natureza e se decidir a preservá-la de todas as
formas e, sobretudo, para se livrar de pesos inúteis nas costas como rancores,
ódios, invejas, ciúmes e tudo o mais que só aniquila, pesa, esmaga e não deixa
respirar profundamente e ser feliz.
Tomara que, na contagem regressiva do
final do ano, você não precise apagar quase tudo o que fez, entendendo que até
os erros fazem parte da história e da vida da gente e que, de toda maneira,
dificilmente conseguiriam ser apagados de verdade.
Oxalá sua lista de prioridades para o
novo ano não se resuma a bens e atitudes puramente materiais, que você realmente
se preocupe com seu bem estar físico e mental e pense em retomar hábitos e
atitudes que tanto bem lhe faziam e foram deixados de lado, por outras
ocupações bem menos importantes do ponto de vista de sua humanidade.
Não esqueça, querido amigo e leitor,
que a meia-noite do dia 31 de dezembro, os fogos de artifício, as rolhas de
champanhe, as uvas, a lentilha, as ondas do mar e tudo o mais não mudam grande
coisa efetivamente e que dia 1º de janeiro é apenas um dia depois do 31.
Por isso, comece a ser mais feliz
desde agora, não se cobre demais, nem prometa tanto, pois é de grão em grão que
a galinha enche o papo e de passo a passo que se faz uma caminhada.
Feliz Ano Novo! E seja feliz todo o
resto da sua vida!
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