sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ENSINAR X AVALIAR



                         Assim como quem acha que tudo sabe, na verdade sabe muito pouco; quem se considera um excelente avaliador, às vezes não passa de um juiz pouco preparado.
                        Só pode julgar quem tem conhecimento, quem sabe bem mais e bem melhor do que aquele que está em julgamento, por isso, muitos professores se limitam a provinhas de V ou F, de certo ou errado e de assinale a resposta certa. E é melhor que seja assim, caso eles tenham pouco  discernimento, ou pouca bagagem para julgar respostas mais complexas, envolvendo raciocínio e opiniões pessoais, por exemplo.
                       Numa questão discursiva, errado é apenas o que está errado, o que foi respondido de forma equivocada e não o incompleto, ou o que sugere uma outra visão do assunto, que faça sentido. Havendo coerência na resposta, jamais a questão deve ser anulada, como se errada estivesse.
                       Tenho visto, nas provas dos meus netos, algumas questões que me fazem balançar a cabeça e ter pena deles. Principalmente quando o aluno é esperto, criativo e sabe se expressar. Querem ver: uma criança que raciocina perfeitamente sobre um problema proposto, que acerta na operação, arma a conta perfeitamente e, ao copiar a resposta, troca um algarismo do resultado por desatenção, não pode ter toda questão anulada! Estamos, então, privilegiando pequenos detalhes ao invés do entendimento completo da questão proposta.
                     Outras questões mandam o aluno completar as frases com uma das palavras sugeridas. Se o aluno optou por usar outras, de idêntico significado, pode ser alertado, descontado, mas nunca julgada errada a questão toda, pois não aconteceu o erro, a frase ficou igualmente correta. Essa noção de erro, de errado é que precisa ficar bem clara para os professores. Não pode ser julgado errado algo que não está. Para isso, pode-se descontar pontos, fazer observações, conversar, mas não fazer um X enorme e dizer que está errado, unicamente porque não foi usada essa ou aquela palavra.
                      Por essas razões é que os vestibulares viraram um jogo dos sete erros e que só quem faz cursinho aprende os macetes suficientes para ser aprovado, ainda que seja um aprendizado muito superficial, com conteúdos esquecidos tão logo acabe a prova, sem bases, nem sustentação.
                      Cuidado avaliadores! Pela sua correção vocês acabam igualmente avaliados.




Nenhum comentário: