quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

NEM TUDO QUE PARECE É!





Hoje, esta afirmativa do título remete apenas à aparência, ao lado físico das pessoas, muito embora a alma possua mil e um exemplos concretos – e dolorosos – dessa assertiva também.

Sempre ouvimos dizer que, quem encontrava atores e atrizes nos aeroportos do Rio e de São Paulo, tinha a maior decepção ao vê-los tão diferentes do que apareciam nas telas, tão mais comuns, tão mais insignificantes, tão cheios de defeitos como os mortais comuns.

Com o advento do foto shop, tudo ficou mais perfeito ainda! Nada de marcas, cicatrizes, celulites, dentes amarelos, raízes descoloridas nos cabelos.

Ao vivo, as pessoas elegantes são esquálidas. A consagrada Gisele Bündchen, quando esteve na Amazônia, motivou o pajé a lhe fornecer uma poção revigorante, tal a magreza e a palidez da modelo, que aos índios pareceu doente e subnutrida.

Já no século 19 o escritor José de Alencar atentava para essa ânsia de beleza e seus “postiços”. Dizia ele numa crônica de jornal: “Imagine a posição desgraçada de um homem, que, tendo-se casado, leva para casa uma mulher toda falsificada, e que de repente, em vez de um corpinho elegante e mimoso, e de um rostinho encantador, apresenta-lhe o desagradável aspecto de um cabide de vestidos onde toda a casta de falsificadores pendurou um produto de sua indústria.” Não é de hoje, portanto, que as preocupações excessivas com a aparência – e os esforços a todo custo para retocá-la – provocam discussão.

 Hoje as mulheres perderam totalmente a noção e os esteticistas lucram com esse desvario, por isso o estimulam. Não faço aqui uma apologia à gordura, longe disso! Trata-se de uma aceitação, sem certos traumas e doloridas ofensas, a uma genética sobre a qual o ser humano tem pouquíssimo domínio.

O que se vê são estímulos ambíguos, com a propaganda estimulando o desejo de comer, com magros e felizes ao lado de refrigerantes e fast-foods e, ao mesmo tempo, prometendo maravilhas para emagrecer!

Nossa sociedade é lipófoba, odeia a gordura, e faz sempre uma associação entre felicidade e figuras esbeltas. No ardor para atingir o padrão das revistas, cresce o número de pessoas infelizes com a própria imagem (homens também) alimentando o consumo de produtos e recursos da indústria da beleza. Mais do que uma gordurinha aqui ou ali, nosso espelho revela angústias profundas de uma sociedade que libertou os corpos da repressão sexual para aprisioná-los na ditadura estética.

Em contrapartida, pesquisas mostram que mulheres satisfeitas com a sua aparência não são as mais magras, mas as que se sentem realizadas em algum aspecto da vida, como ser mãe ou ter uma carreira.

Paralelamente à procura desenfreada por cirurgias, preenchimentos, falsidades, vemos se esvaziar cada vez mais a parte cultural, espiritual, aquela que realmente deveria ter maior importância. A burrice, a ignorância continuam cada vez mais aparentes e a leitura – vital para o ser humano inteligente – limitando-se às redes sociais e aos joguinhos execráveis nos telefones celulares, afastando as pessoas de seus compromissos primeiros, inclusive, para com sua família.

O recado é: não acredite em tudo que vê! Persiga bons hábitos de vida e saúde! Pense, nos momentos em que a beleza falsificada de alguém quiser lhe tripudiar, que todos nós morreremos e apodreceremos da mesma forma, virando ossos, ou cinzas.

Feliz de quem deixa um legado que lhe garanta a eternidade!

Tenho certeza de quem ninguém se sentirá ofendido com este texto, porque, para os adeptos das cascas postiças sobre o vazio, ficou muito longo e “sem figuras”!





Em tempo: Aproveitei algumas informações da matéria da jornalista da Zero Hora – Letícia Duarte.



2 comentários:

ana luiza disse...

Com toda a certeza o padrão magra esbelta, predominante entre a maioria das adolescentes .Porém na nossa faixa etária, temos que administrar a nossa qualidade de vida pois a saúde é um dos principais fatores. Exercícios físico com uma alimentação balanceada sem neura, , é o que temos que fazer, gordura não é sinal de saúde, .

marilene disse...

Concordo com tudo o que escrevestes e lembrei da modelo que em busca da "perfeição" quase perdeu a vida! Eu busco a saúde, para envelhecer sem dar muito trabalho aos meus! Claro que gostaria de ser mais magra, mas a genética não ajuda e tb não tenho vocação para sofredora! hehehehe