As pessoas são muito diferentes umas das outras. Tudo é diferente.
Sonhos, ambições, maneira de encarar a vida e de lidar com os problemas, enfim,
não há uma cartilha a ser seguida, tampouco quem a queira seguir.
Somos livres para errar, desde que nos responsabilizemos
pelos nossos erros.
A falta de pecado não é virtude, é só falta mesmo. E o que é
pecado? Para quem? Se cada um dita suas próprias leis e age segundo sua
vontade, ou, no máximo, de seu núcleo familiar e social?
Por que São Francisco nos ensina a nos resignarmos diante do
que não pode ser mudado, quando era exatamente aquilo que gostaríamos de
trocar?
O tempo passa depressa para a criança e para o velho; um
porque cresce a cada dia e outro porque quebra um pouco diariamente. O adulto
jovem se mantém forte, porque acredita que assim será para sempre e porque
precisa conquistar mil coisas, como se fosse eterno.
Uns têm tão pouco e ainda sorriem, enquanto outros viram o
rosto para não ver os menos abastados, os mais feios, os de escassos encantos.
E as lindas moças, de lindas roupas e lindos cabelos que
procuram lindos e ricos moços para fazerem com eles lindas e ricas criancinhas?
De geração em geração a casca permanece.
Feliz do que ri com vontade diante de uma lata de cerveja
barata e uma piada de gosto duvidoso.
Triste do que precisa mergulhar no champanhe e nas drogas
para ter algum momento de poder e plenitude.
Tudo que começa termina. Bem ou mal, mas é tudo finito.
Que a música suave percorra todos os caminhos do ouvido; que
os olhos se extasiem, mesmo fechados ou cegos, diante da flor, do pássaro e da
criança; que a boca cale e sirva apenas para o beijo e os braços não se esvaziem
e encontrem sempre alguém para abraçar!
Tudo o mais é fugaz, gasoso, fugidio. Não há memória para tanto
nonsense. Melhor apagar as fotografias, mudar o texto, virar de costas, dar de
ombros, seguir.
Do lado de lá da porta vive o inesperado.
Ainda bem.
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