terça-feira, 9 de setembro de 2014

VIVER É COMPLICADO...



               As pessoas são muito diferentes umas das outras. Tudo é diferente. Sonhos, ambições, maneira de encarar a vida e de lidar com os problemas, enfim, não há uma cartilha a ser seguida, tampouco quem a queira seguir.
              Somos livres para errar, desde que nos responsabilizemos pelos nossos erros.
              A falta de pecado não é virtude, é só falta mesmo. E o que é pecado? Para quem? Se cada um dita suas próprias leis e age segundo sua vontade, ou, no máximo, de seu núcleo familiar e social?
              Por que São Francisco nos ensina a nos resignarmos diante do que não pode ser mudado, quando era exatamente aquilo que gostaríamos de trocar?
              O tempo passa depressa para a criança e para o velho; um porque cresce a cada dia e outro porque quebra um pouco diariamente. O adulto jovem se mantém forte, porque acredita que assim será para sempre e porque precisa conquistar mil coisas, como se fosse eterno.
             Uns têm tão pouco e ainda sorriem, enquanto outros viram o rosto para não ver os menos abastados, os mais feios, os de escassos encantos.
             E as lindas moças, de lindas roupas e lindos cabelos que procuram lindos e ricos moços para fazerem com eles lindas e ricas criancinhas? De geração em geração a casca permanece.
             Feliz do que ri com vontade diante de uma lata de cerveja barata e uma piada de gosto duvidoso.
             Triste do que precisa mergulhar no champanhe e nas drogas para ter algum momento de poder e plenitude.
            Tudo que começa termina. Bem ou mal, mas é tudo finito.
            Que a música suave percorra todos os caminhos do ouvido; que os olhos se extasiem, mesmo fechados ou cegos, diante da flor, do pássaro e da criança; que a boca cale e sirva apenas para o beijo e os braços não se esvaziem e encontrem sempre alguém para abraçar!
            Tudo o mais é fugaz, gasoso, fugidio. Não há memória para tanto nonsense. Melhor apagar as fotografias, mudar o texto, virar de costas, dar de ombros, seguir.
            Do lado de lá da porta vive o inesperado.
            Ainda bem.




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