quarta-feira, 25 de junho de 2014

À MARGEM... COMO SEMPRE!




                           Não fomos consultados sobre a realização da Copa do Mundo, embora a maioria tenha torcido muito para que ela acontecesse no Brasil, a fim de que, finalmente, pudéssemos ir aos estádios e assistir de pertinho as grandes seleções do mundo jogando futebol.
                         Você foi a algum jogo? Conseguiu? Parabéns! Pois não conheço ninguém que tenha ido, só os que ficaram à margem, assistindo pela TV, como sempre. Um ou outro viu um jogo de seleções fracas e uma sobrinha está trabalhando de voluntária e deve ter assistido algum. Só esses.
                          Ninguém nos falou que os ingressos seriam restritos, caríssimos, dificílimos de serem conseguidos e que os privilegiados seriam os mesmos milionários de sempre, que viajam a toda hora, para qualquer lugar, onde tiver festa.
                         Lembro que, na época do anúncio, eu logo fiz as contas e imaginei meu neto Lucas, com dez anos, vibrando nos estádios ao lado do pai. Engano. Eles não assistiram a nenhum jogo e só lembrarão dessa “Copa brasileira” se, por um milagre de Santo Expedito (o das causas impossíveis) o Brasil for hexa   campeão.
                         Já notaram que 90% dos turistas de outros países são homens?! Será que nos países deles só as mulheres trabalham? Ou ficaram em casa cuidando dos filhos? Mais um batalhão de mulheres à margem.
                         Aqui em Floripa, que nem tem jogo, os estrangeiros correm de Curitiba e Porto Alegre no intervalo dos jogos e vêm se esbaldar nas festas de ricos de Jurerê Internacional. E a piriguetada se cobre de luxo, mostra todo o silicone que comprou e se esbalda. Saem nas colunas sociais, se refestelando para e com os gringos e esse é o grande sentido da Copa para elas.
                         O pessoal que conseguiu ingresso para os principais jogos pouco entende de futebol. Sabe mais é gritar palavrões em coro para a autoridade máxima do país, passando um atestado completo de falta de educação, de civismo, de compostura. Se fosse contra a Copa não estaria refestelado (a) nas cadeiras dos novos estádios.
                        Bares e restaurantes lotados, falta comida, mas a bebida é farta e eles se divertem! Os jogadores ganham milhões, a torcida é abonada, então está tudo certo! Bobos somos nós que, como sempre à margem de tudo, continuamos roendo as unhas, sofrendo, empunhando bandeiras e chorando no Hino Nacional.
                        Se estou bem informada, Manaus, Cuiabá e Brasília nem time de futebol da primeira divisão têm! Os estádios milionários deverão ser usados para quê? Quermesses, cultos?
                        Sou contra protestos violentos, quebra-quebras, balas de borracha, spray de pimenta e toda forma de violência.
                        Agora, meu protesto será nas urnas em outubro, com certeza!
                        Ainda não escolhi meu candidato à Presidência, mas a peneira dos Deputados e Senadores será fininha! Para ganhar o meu voto eles terão que me provar muitas coisas, ah isso vão!
                        Faça o mesmo! Não fique mais à margem!





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