“Os homens que voam não morrem. Eles apenas mudam de céu.”
Meu pai – Gaudêncio Machado Ramos - foi
aviador mais do que tudo na vida! Há 14 anos decolou para um voo sem volta, um voo para o infinito...
Para mim, ele sempre será o representante maior dos
aviadores, porque vivenciei a sua paixão pelos céus e pelas asas dos pequenos
aviões onde dava instrução e fazia táxi aéreo.
Um instrutor que não ganhava nada e ainda completava com o
dinheiro da sua aposentadoria o combustível para os aviões do Aeroclube de
Alegrete poderem voar sempre.
Um abnegado que passava todos os finais de semana no hangar,
ensinando, consertando, conversando, fazendo planos, curtindo o ambiente do
qual ele mais gostava.
Alguém capaz de desafiar uma das piores tormentas que se
abateu sobre a cidade para tentar impedir que as paredes do hangar desabassem
sobre os aviões. E minimizou muito os estragos, embora nossa casa tivesse ficado
totalmente destelhada.
Um aviador que conhecia o ronco de cada avião e, mesmo depois
de cego, identificava o modelo pelo ruído do motor.
Meu pai teria hoje 101 anos. Viveu até os 92. Para nós ainda
foi pouco, uma vez que homens como ele estão cada vez mais escassos no mundo e
nas famílias.
O Aeroporto de Alegrete recebeu seu nome, numa justa
homenagem a quem dedicou a maior parte da sua vida, do seu tempo e da sua
paixão para os aviões que cortavam os céus da nossa cidade.
Felizmente, plantou a sementinha em muitos alunos que hoje
continuam seu trabalho e desfrutam do mesmo amor pelos aviões.
Dia do Aviador – mais um dia pra gente lembrar, com orgulho
e saudade do Comandante Ramos!
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