Sempre fui adepta do politicamente correto, do respeito
mútuo, de medir as palavras, fazendo sempre prevalecer o bom senso e evitando
atritos. Fui educada assim. Em casa e na escola aprendíamos que a nossa
liberdade termina quando começa a do outro.
Pois bem, acontece que hoje estamos em desvantagem, somos
atropelados por uma geração que diz o que quer, ofende, usa e abusa do “escárnio
e maldizer” dos trovadores antigos. E ficamos calados, engolimos a raiva, sufocamos
as respostas, tudo em nome de um polimento em desuso, descontextualizado e,
pior, nada valorizado.
Nas amizades virtuais, oriundas das redes sociais, nem
sempre existem afinidades verdadeiras e somos apresentados a pessoas, através
da rede de amigos, que dificilmente fariam parte do nosso círculo de amizades
reais, pois não dariam certo junto.
Por tudo isso, vivemos num limbo perigoso, cuidando para não
escorregar para lado algum, obrigados a ver fotos que nos desagradam
profundamente, a ler comentários que nos revoltam e a silenciar diante de
coisas as quais reprovamos com veemência.
Não vejo ninguém criticar negros, nem poderia, pois só mesmo
a criação das tais as “cotas” vieram acirrar uma diferença racial totalmente
superada.
Nunca li nenhum tipo de agressão aos gays. Pelo contrário,
eles usam e abusam das redes sociais, publicando todo tipo de desafio e até
algumas inconveniências e todo mundo fica quietinho, não diz nada, se faz de
morto para não entrar em polêmica. Tudo o que é para ser feito entre quatro
paredes e que não diz respeito a ninguém é esfregado na nossa cara, esperando provocar
alguma reação para poderem gritar que somos homofóbicos.
Respeitamos todas as religiões, não se vê ofensas a nenhum
líder de igreja alguma e, quando nosso maior representante chega ao país, só
sorrisos, só amor, de coração aberto, precisamos aguentar toda sorte de impropérios,
calados como sempre, em nome de uma educação em desuso e de uma conveniência
inexistente.
Na política é um pouco diferente. Só há dois lados, um a
favor do Governo e outro contra e, nesse assunto, muitos já começam a se
rebelar e a manifestar suas opiniões, Claro que causando profundas discordâncias,
algumas ironias e até ofensas trocadas.
O limite entre a sinceridade e a falta de educação é muito
tênue. Não se pode dizer tudo o que se pensa nas redes sociais. Elas servem
mais como cartão de visitas, álbum de fotografias, troca de amabilidades. Mais do
que isso deve ser tratado por e-mail, ou telefone.
A escolha dos “amigos” que aceitamos deve ser criteriosa e
não devemos hesitar em descartar aqueles que nos desagradam com suas postagens,
suas fotos e seus comentários desagradáveis, ofensivos e maldosos.
Cada um sabe o que procura no mundo virtual. O segredo é se
juntar somente àqueles que buscam coisas semelhantes e enriquecem nossos
momentos diante do computador.
É bom que saibam que “quem cala consente” não se aplica
nessa situação. A gente cala porque é educado, porque não gosta de baixaria,
mas isso não quer dizer que a gente concorde, ou esteja aprovando certas coisas
que publicam nas redes sociais.
Para diminuir a indignação temos dois caminhos: ou
manifestamos abertamente nossa opinião, ou mudamos de turma...
A escolha é sua.
Um comentário:
Aprecie demais estes temas, com tanta maestria de abordagens, tornando-se uma leitura agradável e atraente.
Parabéns
Luiz Carlos Félix
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