quinta-feira, 25 de julho de 2013

PARECE COM QUEM?



Os bebês, quanto mais desejados e amados, já nascem no meio de uma disputa familiar.
         Cada família puxando as semelhanças para o seu lado, como se a aparência externa fosse determinar o caráter e o afeto da criança dali em diante.
        Avós, tios, primos cada um gritando seu amor e manifestando a "posse" (ilusória) sobre aquele serzinho que não deseja nada disso. Só quer ser amado, viver em paz, comer e dormir de preferência junto às pessoas que realmente importam para ele - seus pais.
         Muito mais significativo do que a cor dos olhos, por exemplo, é o talento, a aptidão que a criança vai herdar de algum familiar. Melhor do que a textura do cabelo será a suavidade do temperamento e a inteligência, herdada e adquirida com a correta estimulação, valem infinitamente mais do que o tipo físico, as orelhas ou o desenho dos pés.
          Para criar um bebê são necessários dois - um homem e uma mulher. E desse casal vai depender o futuro dessa criança. Ninguém será mais importante para ela e mais decisivo na sua formação do que seu pai e sua mãe. A não ser em casos patológicos, ou de abandono, o pai e a mãe serão sempre o centro do universo para qualquer filho. E os demais parentes vão gravitar numa órbita secundária, ainda que gritem e reclamem alguma supremacia na pirâmide familiar.
         Sempre tive muito claro que os filhos são nossos e os netos são filhos dos filhos, oriundos também de outro clã familiar. Mesmo ajudando a criá-los, estando mais presente até do que os próprios pais na rotina diária deles, procurei manter a dimensão exata da minha contribuição e do real valor e necessidade que as crianças têm da presença e da companhia do pai e da mãe pela vida afora.
         Por isso, adoro cantar para os meus netinhos, embalando-os na cadeira de balanço:

          "Silêncio! ele  está dormindo
            vejam como é lindo
           é Sua Majestade - o nenén!
           Parece com papai,
           com a mamãe também,
            parece com a vovó, 
            não, não parece com ninguém!
            Ele, é ele só: Sua Majestade - o nenén!



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