terça-feira, 28 de maio de 2013

APROVEITAR A VIDA



Como é que se aproveita a vida?
Será igual para todo mundo? Acho que não. Por exemplo, eu considero o maior desperdício de tempo e vida ficar assistindo jogos de futebol, enquanto outros não “perdem tempo” com leitura, inclusive de blogs.
O ser humano é tão complexo e distinto que nem parece pertencermos a uma mesma categoria na constituição do Universo. Quando observo pessoas de outras culturas, outras classes sociais, outras crenças, fico achando que não somos tão iguais assim. Eu não sobreviveria sem tomar banho e não comeria certos animais, nem à beira da morte. Enquanto isso, milhões de pessoas vivem assim.
Por outro lado, sei que muitas pessoas aproveitam mais e melhor a vida do que eu. Moro numa ilha com quarenta e duas praias e até pouco tempo só ia à praia duas ou três vezes no verão, por conta dos engarrafamentos na ida e na volta. Há quem pratique esportes radicais, escale montanhas, vagueie pelos bares em busca de altos papos, experimente , ouse, extraia o máximo de si.
Outros, parecem pensar que terão sete vidas e vão deixando tudo para depois.
Eu sofro por cada dia que passo longe do meu filho caçula, gostaria de ter todos os dias e a toda hora as pessoas que amo bem juntas de mim. Sei que há uma infinidade de frases feitas para me criticar ou consolar, só que dentro de mim vou continuar sentindo desse jeito.
O AMOR parece ser mesmo a mola propulsora da humanidade, em todas as direções.
Certa vez li uma entrevista do Juca Chaves, onde ele dizia que estava casado com Iara há 34 anos, 1 mês e 8 dias. Assim, na bucha, sem pensar. Fiquei pasma, lembrando de quantos maridos esquecem até a data do seu casamento.
Outros até exageram, como o sheik indiano que mandou construir o Taj Mahal. Depois de quatorze filhos com a mulher, ele ainda sentia tanto amor por ela que quase enlouqueceu de dor com a sua morte e mandou construir um mausoléu de mármore branco para sepultá-la, que se transformou num ícone da Índia e do mundo, um monumento ao amor. Não fosse a ingratidão dos filhos, que anos depois o prenderam, ele construiria um idêntico, de mármore negro, em frente ao dela, para ser enterrado nele. Se havia nisso outros sentimentos menos nobres misturados, o Amor foi o gatilho que desencadeou o resto.
Acho bonito. Com tanto dinheiro, poderia ter ajudado mais seu povo pobre, mas não teria passado para a eternidade.
Aproveito cada minuto de papo com a minha mãe, cada conversa descomprometida com meus netos, cada abraço dos meus filhos e quero sempre mais.
Das mágoas procuro esquecer logo, isolo-as num compartimento hermeticamente fechado e espero que fiquem por lá para sempre.
Lembranças? Só as boas! As deliciosas, as empolgantes, as engraçadas!
E você, está aproveitando a vida?


Um comentário:

Luiz Barboza Neto disse...

Querida amiga ML.

Assim como você, também passei a ser um colecionador de momentos. Não aqueles que serão apagados pelos ponteiros dos relógios; mas pelos que, transmudados em sentimentos, ficarão eternizados em nossos corações.

Abraços.