sábado, 15 de setembro de 2012

MEU LIVRO - apresentação



 

Escrevo porque respiro e transpiro pelas palavras. Escrevo para não sufocar, para sublimar, para entender o que se passa na minha cabeça. Escrevo para preservar minha sanidade quando o mundo me atropela. Escrevo porque, sem as palavras, sinto-me apenas sobrevivendo. Ou sobremorrendo. Escrevo desde o dia em que me ensinaram a segurar o lápis. Quilômetros de papéis escritos e, depois, de palavras datilografadas na minha Olivetti, até que cheguei aos arquivos do Word. Sempre tive diários; guardo a maioria deles para rechear os personagens do romance que ainda escreverei. Escrevo para quem gosta de ler. Para quem gosta de me ler. Para quem aprecia as narrativas curtas sobre assuntos em pauta, ao estilo das crônicas dos jornais. Escrevo também para quem prefere ler a escrever e não tem intimidade com a redação.
               Há quatro anos, mais ou menos, fui apresentada aos "diários virtuais", os tais blogs. Assim, continuo nadando nas águas das palavras, mais ou menos inspirada, com muito ou pouco tempo, com relativa assiduidade. Os textos, no início do blog, eram bem mais longos. Até que percebi que as pessoas não tinham tempo ou paciência para ler histórias que poderiam ser contadas em poucas palavras. E sintetizei. A idéia de transformar em livro veio da aceitação dos leitores e dos pedidos de textos antigos, complicados de encontrar no blog, além do risco sempre iminente de desaparecer tudo neste mundo virtual.
           Um livro é quase como um filho. A gente sonha, idealiza, constrói, gesta e coloca no mundo.
         O que se pretende ao publicar um livro? Eternidade? Realização?
         Penso que o livro nasce porque já não cabe nos escaninhos da vida da gente e quer respirar, quer ter vida própria, quer passear, ser lido, discutido, elogiado, criticado, debatido, ou simplesmente colocado em lugares outros que não num arquivo do computador.
        Ao relê-lo, muitas vezes nos surpreendemos com textos que saíram da nossa cabeça e ganharam autonomia, estranhamento, identidade.
        Quando finalmente colocamos o "ok" e enviamos para a editora sobra um vazio, assim como se a alma tivesse sido espremida e esvaziada e nossos segredos devassados e oferecidos à execração pública. Nesse momento o livro deixa de nos pertencer.
        Eternizados, nossos textos passam de opiniões a verdades absolutas e teremos que responder por eles. O que nasceu, muitas vezes de um momento de inspiração ou desabafo, passa a ter um peso muito maior, porque descontextualizado e atemporal.
        A escolha das crônicas é crucial. Colocamos no livro aquelas que nos falam mais de perto e deixamos de lado as muito polêmicas, muito pessoais ou que abordam assuntos de menor interesse. Será uma escolha sábia? Sempre sobrarão arrependimentos, isso em qualquer coisa que se faça na vida. Aqui não será diferente.
        Quarenta anos de jornal originaram meu livro "GAZETEANDO". Quatro anos de blog darão vida ao "SIMPLESMENTE MARIA". Ele  quer nascer! Até mesmo para dar chance ao primeiro livro de contos e ao romance, que já foram adiados demais.
       Já comentei muito as histórias que acontecem no dia a dia. Este é o papel do cronista.
       Agora, já me sinto madura para criar minhas próprias histórias.
      E vocês, que me lêem, são o alvo de todo esse processo de criação.
      Vamos juntos!


       
         

       

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