quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A INSUFICIENTE VIRTUALIDADE



       
                 As desculpas são variadas e ineficazes. A verdade é que muita coisa em nossa vida está sendo deixada em segundo plano por esse mundo virtual. Livros esquecidos, visitas adiadas, compras canceladas, cinema e teatro deixados pra depois, conversas monossilábicas com a família.
          Ninguém deveria passar uma noite inteira diante de um monitor, seja ele de computador ou televisão.
          Cadê as risadas? A música? Os garçons? Os amigos? Os amores?
          Não entendo como os jovens conseguem trocar um desses programas por "conversas virtuais".
           Nada substitui a tela grande do cinema, as luzes da cidade, o burburinho de seus semelhantes, o contato físico, a discussão criativa, o beijo. Deus do Céu, como podem namorar sem beijo?!
          Pessoas desmazeladas, descabeladas, com uma postura horrível diante do teclado, entupindo-se de porcarias, rindo sozinhas, bisbilhotando a vida dos outros, enfim, uma atividade que pode ser prazerosa se não se transformar em hábito, dependência.
         Reparem que nem me referi aos casos patológicos, àquelas pessoas que comem e se despem diante de uma câmera para serem vistas por gente vazia, que não tem nada melhor para fazer.
         Também não citei os estudantes que deixam de utilizar a internet como recurso altamente eficaz de pesquisa para apenas trocar mensagens numa linguagenzinha tatibitati, com abreviações mal feitas e completamente sem sentido.
          Quem pode, quem tem liberdade, companhia, dinheiro deve achar algo muito melhor para fazer num final de semana do que apoiar o queixo na mão e ficar vasculhando os álbuns dos amigos, ou trocando frases feitas com outro desanimado.
         Que tal um bom banho, uma roupa bacana, um bom perfume e ... rua?!
          Ou um pijama confortável e um livro ma-ra-vi-lho-so?!
          Nada disso? Bem, mas o jornal também é recheado de coisas interessantes, ótimas indicações de filmes e leituras e até receitas de dar água na boca.
         Mesmo adepta e usuária das redes sociais e da comunicação virtual, preocupo-me com os excessos e deixo a advertência, para mim  e para todos, de que não podemos abandonar o mundo real, porque é nele que vivemos, sem a proteção desta telinha.
           Questão de bom senso! 


         

Nenhum comentário: