“Tem dias que a gente
se sente como quem partiu ou morreu (...)
A gente quer ter voz
ativa, no nosso destino mandar,
mas eis que chega roda
viva e carrega o destino pra lá."
Grande
Chico Buarque!
Pois
é, em certos dias percebemos que estamos vivendo uma rotina desgastante,
paralisante, desperdiçada.
E
sentimos vontade de experimentar outra vez aquela adrenalina das mudanças, dos
recomeços, das viradas.
Parece
que a maior parte da humanidade é de uma acomodação surreal. "Todo dia ela faz tudo sempre igual..."
Por
outro lado (sempre frente e verso), outra porção significativa de pessoas sofre
de um radicalismo burro. Ou são completamente desregrados, ou estão
constantemente estressados, ou são relaxados (no sentido do relax mesmo) demais
e só querem saber de sol e rede.
Há
pessoas que vivem exclusivamente para a família e cobram isso com juros e
correção monetária de cada membro da mesma.
Outros
estão pouco se lixando para a família e vivem fazendo caridade para os
estranhos, enquanto os seus passam por toda sorte de necessidade.
Tem
gente organizada demais, em um nível neurótico, sacrificando todos que
vivem ao seu lado.
Outros
são desorganizados de uma forma inaceitável, porque perdem tudo, esquecem tudo,
não encontram nada quando precisam.
De
uma mesma "ninhada", ouvindo os mesmos conselhos, sofrendo os mesmos
castigos, cada irmão sai diferente.
Há
os que correm o dia todo, sem tempo para nada e nunca ficam satisfeitos com a
sua produtividade.
Há
também os que não fazem nada o dia todo e ainda reclamam da vida, quando
poderiam se ocupar um pouco, pelo menos cuidando do lugar onde vivem.
Os
Shoppings Centers vivem cheios de gente de lá pra cá, à procura de não sei o
quê, talvez delas mesmas.
E
a pergunta que não quer calar.
Vendo
gente tão diferente, com vidas glamorosas ou sofridas, com encontros
apimentados ou muro das lamentações, fechando negócios milionários ou contando
moedinhas para o pão, adquirindo cultura ou vadiando pelas esquinas, lindos e
feiosos, elegantes e disformes, amados e desprezados, de todo tipo enfim, vendo
estes extremos todos, volto a me questionar:
-
Será que normalidade é sinônimo de mediocridade?
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