Sempre
pensei que esta história de se queixar da rapidez do tempo fosse coisa de gente
velha.
Bem,
até que já estou treinando para ser uma... no entanto, percebo que mesmo os
jovens e até algumas crianças acham que o tempo anda acelerado.
Ontem
foi Ano Novo (lembram dos fogos?) e hoje já é quase Julho - metade do ano.
Há
quem ainda esteja pagando os presentes de Natal, já passou a Páscoa, o Dia das Mães, dos namorados e daqui a pouco chega o Dia dos Pais.
Para
quem acompanha este blog há mais tempo e que torceu comigo para a chegada da
Bruna ser "auspiciosa", saibam que ela já
completou nove anos!
Os
domingos parecem que se emendam uns aos outros, de tão próximos. Isso que estou
aposentada e que preconizaram que os dias para mim seriam intermináveis e o
tempo se arrastaria.
Dizem
os que pensam entender que a culpa é da vida agitada, do excesso de
compromissos, da correria. Será? Ou será que os planetas estão girando mais
rápido ao redor do sol?
Custou
tanto para chegar meus 15 anos! Depois os 20, quando eu determinei que
começaria efetivamente minha vida adulta (casada e com um filho). Os 30
chegaram sem susto, com três filhos e excelente forma física. Os 40 já me
assustaram um pouco, embora me considerasse no auge como mulher e como
profissional. Na festa dos 50 pedi que as fotos fossem tiradas sem close, assim
mais panorâmicas... Nos 60 comecei a colher os frutos de tudo o que plantei no âmbito literário. E, se o tempo
continuar nesta correria, daqui a pouco devora os anos que faltam e eu estarei
fazendo 70! E agora José?! Sem plástica, sem a beleza da Vera Fischer, como
será que me sentirei?
Sem
demagogia, espero manter o espírito animado, aceitando as limitações físicas,
aprimorando a intelectualidade, apreciando a maturidade dos filhos e o
desabrochar dos netos. Quero passear de mãos dadas, ainda beijar na boca,
recebendo elogios e promessas de amor eterno. Sobretudo, quero viajar! Viajar
pelo mundo e pelos livros, nas asas da poesia se possível! Quero manter as
amizades e fazer sempre novos amigos, pois é deles que precisamos e não de
valorizar os desafetos.
O
tempo passa. Muita coisa muda. Dentro e fora de nós mesmos. No entanto, quando
reencontramos um grande amigo ou um grande amor, parece que ele se rebobina
numa velocidade ainda mais frenética do que está correndo e somos de novo
apenas aquela pessoa cristalizada na melhor fase da vida.
Nas
redes sociais, quando passeio pelas fotos dos amigos de infância, da minha
terra natal, da minha escola, sou imediatamente aquela menina de corpo
certinho, nem magra nem gorda, de cabelos escuros e rebeldes, olhos amendoados,
lábios grossos, mãos e pés pequenos, saia azul-marinho pregueada, blusa branca,
gravata de bolinhas, sapatos de verniz, sempre atenta a tudo e a todos,
estudiosa, pianista, a filhinha do Seu Ramos.
Esta
é a melhor maneira de driblar o tempo.
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