Assunto velho como o mundo e sempre inconclusivo.
Dizem que
quem casa não pensa e quem pensa não casa. Exagero? Radicalismo? Não sei.
E quanto
aos filhos? Será que pensamos ao tê-los ou não?
Embora
seja um assunto de domínio público, uma vez que quase todo mundo tem filhos,
penso que cada caso é um caso e devem ser respeitadas as motivações (ou a falta
delas) para se colocar ou não um serzinho totalmente dependente em nossa
vida e alguém que ocupará a prioridade número um em todos os nossos planos para
o resto da vida. Radicalizei? Será? Olha que é assim mesmo!
Podemos
pensar que alguém opte por não ter filhos por puro egoísmo. Por não ser capaz
de renunciar às suas conquistas na vida e ao seu direito de ir e vir quando e
para onde quiser.
Como
também pode ser que alguém resolva ter filhos para mostrá-los aos amigos, para
encher a casa de brinquedos e porta-retratos, para ter quem cuide de si no
ocaso da vida.
Há também
quem tenha filhos apenas porque não soube ou teve preguiça de evitá-los,
sempre achando que esses deslizes só acontecem com os outros.
E,
por que não dizer, muitas mulheres estão tentadas a aumentar a família diante
da perspectiva de ficarem seis meses em casa ganhando seu salário. Assim como
outras fazem filhos para extorquir o pai deles pelo resto da vida. Verdade ou
mentira?
As
mulheres, a maioria delas, têm uma "fase bebê" difícil de controlar.
É aquele período em que os hormônios nos arrastam para os carrinhos de bebês
que passam, para as vitrines de roupinhas pequeninas e para os fofíssimos das
capas de revistas. É natural, é assim que acontece desde que o mundo é mundo e,
se temos uma união estável, um salário suficiente, uma rotina possível e uma
vontade louca de segurar um bebê que seja nosso, por que evitar?!
Só não
podemos esquecer que os encantadores bochechudinhos crescem, exigem, discutem e
precisam de quem tome conta deles, cada vez mais, por muito tempo.
Não dá pra
manter a mesma rotina de solteiros, ou de casal sem filhos. As prioridades
mudam, o tempo escasseia, as frustrações se acumulam, o corpo modifica, o lazer
se altera radicalmente e, com tudo isso, a maturidade do casal é fundamental
para evitar as brigas e acusações mútuas.
Compensações
têm várias. Homenagens na escola, beijos, declarações de amor, perninhas
pequenas enfiando-se debaixo das cobertas, perguntas inocentes, cabelos em
desalinho, mãozinhas meladas fazendo carinho, histórias repetidas, canções de
ninar, amor por todos os poros. Não é pouca coisa.
Então, o
ideal é que só se tenha filhos quando se tiver disposto a criar uma rotina que
os inclua e a valorizar seu tempo com eles mais do que aquele tempo gostoso
sozinho ou com os amigos.
Pra não dizer
que não me posicionei, digo que a maternidade está de tal forma diluída nas
minhas células que não sei como teria sido a minha vida sem meus meninos.
Por outro lado,
nunca pensei em tê-los para preencher lacunas na minha vida, uma vez que sempre
tive uma vida interior riquíssima e produtiva e coisas para ler, para escrever,
para assistir, para ouvir e para fazer não faltariam nos meus dias.
Agora, que bom
que os tive!
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