Hoje em dia os casais já nascem íntimos, desprovidos de pudores e
constrangimentos, mas não foi sempre assim.
Quando
me reporto ao "meu tempo" pareço jurássica, no entanto, nem faz tanto
tempo assim que as moças tinham vergonha de se dizerem menstruadas ao
namorado e disfarçavam o quanto podiam as famigeradas cólicas menstruais.
Os
homens demoravam muito a pedir licença para usar o banheiro na casa das
namoradas e morriam de vergonha se algum ar lhes escapasse depois das
refeições.
Por
conta disso, aquilo que os novos casais mais almejavam era
atingir um grau de intimidade que os livrasse de todas aquelas vergonhas e
situações complicadas. Sei de gente que nunca se separou ou recomeçou sua vida
ao lado de novos amores por medo ou preguiça de passar novamente por todo esse
processo de conhecimento.
Agora
eu lhes pergunto: o que é "intimidade"? Será apenas o direito de
soltar puns, arrotar ou usar o banheiro de porta aberta diante do parceiro (a)?
E então suportaríamos uma vida frustrante apenas para não deixar de desfrutar
dessas escatologias?
Para
mim, intimidade é MUITO mais do que isso! Intimidade é parceria, é cumplicidade,
é conhecimento profundo do outro, é troca de olhares, é apertar de mãos, é
cafuné, é massagem no pé, é beijo de menta, de cerveja, de pimenta, de café, de
tesão, é abraço demorado, é segredo na orelha, é risada gostosa ou sorriso
disfarçado, é sempre dizer "nós", é pensar tudo em conjunto, é
entender a vida junto, é contar com o outro sempre e morrer de saudades quando
longe.
Intimidade, portanto, é consequência do amor e não de necessidades fisiológicas
ou falta de educação.
Feliz
dos casais que são íntimos, pois para esses o sexo será sempre vital e bom, uma
vez que um sente falta da proximidade, do contato, da pele, do cheiro, do
gosto, da real intimidade com o outro.
Não será
espremendo espinhas do namorado, ou falando obscenidades que os casais ficarão
mais próximos, "sem frescura" como costumam dizer.
A
verdadeira intimidade é tarefa para iniciados.
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