Dona Conceição,
minha mãe, foi uma devoradora voraz de livros! Como quase todos da nossa
família. Com meu pai aprendeu a ler muitos jornais também, o que a torna uma
mulher sempre bem atualizada, de bom papo, com opinião formada sobre tudo,
enfim, é sempre ótimo conversar com ela.
Nas próximas
eleições, por exemplo, ela já tem candidato. Isso que não conhece muito os
políticos daqui, mas ouve atentamente seus pronunciamentos, suas promessas e
opina sobre todos com muito fundamento.
De tanto ler e
pelos abençoados noventa e três anos, sua visão para a leitura ficou deficiente.
Logo arranjamos uma universitária para ler para ela todos os dias, de modo que
ela não deixou de saber tudo o que se passa no Rio Grande do Sul, pelo Correio
do Povo que assina, e no Alegrete, pela Gazeta de Alegrete da qual é assinante também.
Além disso, gosta de saber tudo o que vai acontecer nas novelas da TV (para não
sofrer, diz ela) e está sempre lendo com a moça um romance. Fora meus textos do
blog que costumo imprimir para ela ler e opinar.
Aos poucos, por
insistência do nosso querido oftalmologista Dr. Barboza, dona Conceição foi se
aproximando do rádio e se tornou um pouco auditiva também. Como tudo que ela
faz, faz por inteiro, decorou o número dos telefones das rádios que mais
aprecia e liga pedindo música, pedindo orações, oferecendo mensagens, enfim,
seu nome é citado seguidamente nas rádios locais, em programas variados, sempre
com muito carinho.
Dia desses,
para nossa surpresa, nós a vimos corar na mesa, na hora do almoço. Foi quando
ela contou que “o Carlos, da Rádio Cultura, mandou a ela um beijo no coração”.
Bonitinho né?!
Ver a mãe da
gente ruborizar aos noventa e três anos é bom demais!
Um comentário:
Que lindo Maria Luiza podermos participar um pouquinho da tua convivência familiar.Muita saúde para Dona Conceição no dia de hoje e nos outros que virão.
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