quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

CRISE DE VALORES

 
Nunca pensei que um dia pudesse me tornar moralista, careta, todas essas coisas tão desagradáveis, que repudiamos na juventude.
Acontece que a humanidade está vivendo uma crise de valores sem precedentes, tipo Sodoma e Gomorra. E não é só na libertinagem; é na violência, na corrupção, no salve-se quem puder.
Conversando com o vigário da Paróquia que freqüento, dizia ele que a Igreja está com muita falta de padres, até em regiões de colonização italiana e alemã, de onde eles costumavam surgir. Aleguei que o celibato poderia ser uma das causas desta evasão dos jovens nos seminários, ao que ele contestou afirmando que os católicos ortodoxos se casam e também estão rareando. Que os pastores metodistas, presbiterianos, luteranos, estão todos com muita deficiência em seus quadros e que apenas os pastores evangélicos se multiplicam, porque a formação é quase nenhuma e as cobranças menores ainda.
 A humanidade vive um surto de hedonismo nunca visto antes. Só interessa o prazer, o hoje, o agora, o se dar bem. Por isso fica tão difícil abandonar os vícios (vou morrer de qualquer modo), semear coisas boas, cuidar do planeta. O raciocínio é “enquanto eu viver terá água, luz, etc., então, pra que vou me preocupar em preservar a natureza?” Pobres das gerações futuras...
Nem pretendia escrever sobre isso, para não dar mais cartaz a uma atitude detestável daquelas mocinhas que foram ao cinema em São Paulo e “resolveram” fugir de casa. E a Rede Globo, num programa dito sério como o Fantástico, ainda se dá ao desplante de entrevistá-las e às mães, tão ou mais irresponsáveis do que elas! O que precisavam era de uma surra de relho e um castigo “daqueles”! Aliás, se tivessem sido convenientemente castigadas na infância, pensariam cem vezes antes de aprontar uma dessas. Diz a mãe de uma delas que foi “mãe muito jovem”, como se isso justificasse sua falta de pulso e que “a menina foi criada sem pai”, mais uma razão para ela ser pai e mãe e redobrar os cuidados com a educação da filha. Fiquei pasma ao ver que o programa, em nenhum momento, mostrou aos seus jovens telespectadores tudo o que poderia ter acontecido com aquelas mocinhas, viajando em boleias de caminhão e carros desconhecidos, hospedando-se em hotéis de periferia (que hospedam menores), como se o resultado deste tipo de atitude fosse apenas uma aventura para contar. Irresponsáveis as meninas, os pais e os jornalistas que fizeram o programa e ainda se deram ao trabalho de contratar um psiquiatra para analisar as reações das desenfreadas.
Não há como não se indignar com essas coisas!
As pessoas não podem aceitar tudo como “natural”, tentando serem modernas, globalizadas, liberais. O resultado está aí: pais jogando filhos pelas janelas dos prédios e dos carros; militares soltando balões e incendiando pessoas; jovens que deviam estar estudando para garantir seu futuro fazendo turismo de alto risco; traficantes e milícias dominando grandes porções das cidades; políticos eleitos pelo voto popular roubando do próprio povo; sem terra, sem teto e sem fundamento invadindo e quebrando tudo, um caos!
Como podemos deitar a cabeça no travesseiro e dormir placidamente sabendo de tudo isso? Como avestruzes? Pagando pra não se incomodar? Ou esperando que aconteça dentro da nossa casa, com alguém da nossa família para começarmos a enxergar o problema?
Chega de se fazer de morto! Reaja! Dê a cara para bater, mas não aceite tudo como “natural”! Não é natural, está errado!  Por isso hoje as famílias têm que contratar uma babá para educar seus próprios filhos, já que crianças de quatro ou cinco anos dominam completamente os pais e criam sua própria rotina na casa.
Olha, vou encerrar mais uma vez com o chavão do jornalista Boris Casoy:
- Isto é uma vergonha!




2 comentários:

Anônimo disse...

Luiza, que texto maravilhoso, concordo com tudo que tu disseste. Parabéns pela coragem. Elizabete

Anônimo disse...

Maravilha de texto,Maria Luíza!Concordo com tudo o que escrevestes.Parabéns! bj. Gladis