segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SINCERIDADE VIRTUAL

           É possível ser sincero neste mundo que se esconde por detrás da tela do monitor?
         Claro que é possível, é viável e é o que mais acontece na comunicação via internet entre pessoas de boa índole, bom caráter, boa formação.
         Não me reporto à comunicação entre os muito jovens, porque esta é atípica, criada dentro de um código de letras, sinais e ética próprios, ao qual nunca tive interesse em acessar.
        Falo das pessoas que aprenderam a substituir as cartas e os telefonemas por este contato mais barato, mais rápido e às vezes mais producente.
        Estas pessoas, quando mentem, geralmente acontece no que diz respeito à sua aparência externa, às marcas do tempo difíceis de assumir e de escancarar logo de saída. Fazem-se passar por mais jovens, mais elegantes, mais bem postas na vida, pelo menos até granjear uma simpatia ou uma afeição menos superficial.
         A questão é mais complexa: existem pessoas verdadeiramente lindas, jovens e vazias, incapazes de manifestar uma idéia interessante que seja, constituindo-se num tédio abissal.
         Como existem pessoas velhas, disformes, feias, com uma capacidade ímpar de espalhar simpatia, sabedoria e beleza ao seu redor.
         Até que ponto "mente" aquele que se faz passar por alguém de melhor aparência, com menos idade, situação mais confortável se o que diz, ou escreve, tem o dom de encantar seu interlocutor?
         Afinal, o que as pessoas procuram num contato virtual? Não será um alimento espiritual, uma parceria de idéias, uma manifestação de sentimentos? Nesse caso, que influência teria uns quilos  ou umas rugas a mais, ou mesmo um saldo bancário menor?
        O mundo "real" já possui uma escala de valores cruel, distorcida, injusta. Será que o mundo virtual precisa acompanhar esta inversão também? Será que até aqui só vale a "casca"?
        Mas ela , mesmo para os belos, dura tão pouco...

Um comentário:

Jeanne Geyer disse...

nunca me importei com aparência e agora menos ainda. hoje pra mim vaidade é banho no capricho, baton e perfume. e os brincos, é claro.
quem tem borogodó sempre terá, é independente do resto, vem de dentro, é um carisma, aquilo que atrai, que puxa, que encanta...
pronto, escrevi demais,rsrs
beijos:)